Rendeira de São Cristóvão compartilha a arte da renda irlandesa para preservar a tradição
Na última sexta-feira (28), foi concluída a oficina de renda irlandesa na Escola e Galeria de Arte Vesta Viana. A turma, composta por 30 alunas, participou do curso com uma carga horária total de 20 horas. A iniciativa fez parte das ações da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).
A renda irlandesa é reconhecida como um patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Além desse título, a técnica artesanal tem promovido a inclusão produtiva, fortalecendo o associativismo e contribuído para o desenvolvimento social.
Maria Odete, ministrante da oficina, é a única artesã que trabalha com a renda irlandesa no município, e esse motivo impulsionou sua vontade de transmitir os ensinamentos desse artesanato. “Confecciono renda irlandesa há mais de 40 anos, hoje estou completando 80 anos e gostaria que esse conhecimento fosse passado adiante, para que outras pessoas dessem continuidade a essa arte. Aqui em São Cristóvão, sou a única mulher que trabalha com a renda irlandesa e quero muito ver outras pessoas crescerem com esse tipo de artesanato, construindo seu espaço e garantindo uma renda extra”, declara.
A confecção dessa arte se destaca pelo uso do lacê, um cordão sedoso. Sua produção é feita com linha e agulha, seguindo um desenho traçado em papel grosso, o que permite a criação de uma ampla variedade de pontos e combinações.
Josefa Marluce, artesã e participante da oficina, compartilha que seu principal objetivo era aprimorar os conhecimentos em renda irlandesa. “A beleza da renda irlandesa me encanta, é um trabalho muito bonito, perfeito e muito procurado. Aqui em São Cristóvão, temos apenas uma artesã que trabalha com essa técnica, e essa oficina foi uma oportunidade para aprendermos diretamente com ela. Já fiz algumas peças desse tipo de trabalho, mas há pontos que ainda não sei fazer. Por isso, vim para o curso, para aperfeiçoar meu conhecimento”, afirma.
O artesanato, de modo geral, promove benefícios para a saúde mental e estimula a socialização, além de oferecer aos interessados a oportunidade de gerar uma renda extra por meio de seus trabalhos. Maria Cleomar, aluna da oficina, conta que se encantou com a renda irlandesa desde a primeira vez que viu peças desse artesanato. “Vi a renda irlandesa pela primeira vez no Museu da Gente Sergipana e me apaixonei. Quando soube que essa oficina seria promovida na minha cidade, não pensei duas vezes. Acho essa arte lindíssima, estou admirada e muito interessada em aprender. Já consegui fazer alguns pontos e, aos poucos, vou aperfeiçoando minhas habilidades”, declara.
Fotos: Dani Santos
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