Procissão do Fogaréu emociona público com espetáculo estendido e estrutura ampliada em São Cristóvão

A tradicional Procissão do Fogaréu iluminou as ruas do Centro Histórico de São Cristóvão na última quinta-feira (17), levando uma multidão de moradores e turistas a presenciar uma das mais importantes celebrações da Semana Santa em Sergipe. O evento, iniciado à tarde com a Missa de Lava-Pés, incluiu a emocionante encenação da Paixão de Cristo na Praça São Francisco e o esperado cortejo de homens fulgurados pelo fogo, que representa o momento da prisão de Jesus pelos romanos.

Realizada pelo grupo G12, formado por moradores do município, e celebrada na cidade há mais de 50 anos, a procissão recebeu o apoio da Prefeitura, que garantiu toda a infraestrutura necessária para a realização da cerimônia. Como um símbolo da religiosidade e cultura local, a encenação contou com 80 atores, retratando desde a entrada de Jesus em Jerusalém, passando pela Última Ceia, a Condenação de Cristo, e culminando na novidade deste ano, com o retorno da cena da crucificação.

Entre o primeiro ato e o ato final, que adicionou o momento da crucificação à apresentação depois de 15 anos sem ser performado pelo grupo, as ruas históricas foram tomadas pela procissão, que contou com mais de 200 homens com tochas em mãos, seguida por fiéis que tornaram mais forte os cânticos de adoração.

Infraestrutura
Neste ano, a Prefeitura de São Cristóvão ampliou a estrutura do evento, com o investimento de cerca de R$120 mil, que resultou em mais de 300m² de palco, som, iluminação e proteção para atores e espectadores. O prefeito Júlio Nascimento ressaltou que esse é um momento especial para o município, destacando o retorno positivo que esse investimento traz, por atrair muitos turistas e moradores egressos que voltam à cidade natal.
“O que nos diferencia é justamente o cenário lindo da nossa cidade, que se destaca de todas as outras. Embora seja uma procissão que ocorre também em tantas outras cidades, aqui ela ganha um charme especial por conta do cenário. Isso torna tudo ainda mais especial para a gente”, declarou o prefeito.

Diego Souza, coordenador de turismo da Fundação de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fumctur), reforçou que o apoio da gestão também envolve a segurança local, para que os visitantes e moradores possam permanecer com tranquilidade e vivenciar a história e tradição.
“São cerca de 10 mil pessoas que se encontram na cidade para esse momento. Isso movimenta o turismo e a economia local de uma forma importante, trazendo crescimento para São Cristóvão a longo prazo”, completou o coordenador.

A procissão também contou com o apoio da Secretaria Municipal de Defesa Social (Semdes), por meio da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de São Cristóvão (SMTT), que organizou o trânsito e a segurança da cidade durante a celebração. Foram definidos três pontos para estacionamento, quatro vias para bloqueios, três rotas alternativas para a circulação de veículos e a segurança ainda foi intensificada com rondas ostensivas e ininterruptas ao longo de todo o percurso da procissão.
Por conta do fogo constante durante o cortejo, a equipe de bombeiros GSR, parceira da Prefeitura, acompanhou o trajeto e atuou de forma preventiva para evitar e agir com agilidade em caso de qualquer incidente. “Nossa equipe está sempre à disposição nos eventos da cidade, e hoje não foi diferente. Estamos aqui para evitar qualquer incidente, como queimaduras ou acidentes ao longo do percurso, prestando o primeiro socorro sempre que necessário”, explicou Anderson Oliveira Alves, representante da equipe GSR no município.
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A Paixão de Cristo

Interpretando a impactante trajetória de Jesus, Anthony Couto, vice-presidente do grupo G12, evidenciou que a performance da Paixão de Cristo, juntamente com a Procissão do Fogaréu, é uma tradição secular de importância muito grande, não só para a fé cristã, mas para a comunidade, para a movimentação da cidade e para o turismo religioso. “Desejo que todos que prestigiaram a Procissão do Fogaréu tenham se sentido tocados pela mensagem e aproveitem para fazer esse momento de reflexão e fé”, realçou Anthony.

O grupo iniciou os ensaios para a encenação em em dezembro do ano anterior, visando apresentar novidades para os espectadores. De acordo com Elísio Carmelo Neto, coordenador do G12 e intérprete do rei Herodes, os atos finais, que retornaram ao espetáculo, eram muito pedidos pelo público e isso gerou um cuidado a mais, que envolveu reuniões semanais por quatro meses.
“É gratificante interpretar um personagem tão importante, porque são realizações de sonhos. A gente assistia quando era criança e hoje está à frente de um evento desse, que é grandiosíssimo. É uma honra, é um prazer demais estar participando e hoje estar à frente da Procissão do Fogaréu, do Grupo G12”, comemorou Elísio.
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Público
Para Ilma Lima, sancristovense que mora em São Paulo há décadas, retornar à sua cidade foi uma forma de reacender a memória afetiva da infância. “Eu já assisti à procissão quando era pequena, mas faz muitos anos que não participava. É muito emocionante e gratificante. Estou relembrando coisas do passado e achando muito bonita a encenação da Paixão de Cristo”, detalhou.
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O casal paulista Alessandro e Tatiana Siqueira são moradores recentes do bairro Eduardo Gomes e, depois de receberem a informação sobre o espetáculo nas redes sociais, se animaram para prestigiar o evento. “Eu não imaginava essa estrutura como um todo. É tudo bem organizado. Espero que todos venham participar desse evento maravilhoso nos próximos anos”, concluiu Alessandro.

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