Na terça-feira (20 de agosto), a Galeria de Artes Vesta Viana inaugurou a XV Mostra Experimental de Artes Visuais da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com a presença de artistas e estudantes do curso de Artes Visuais. A iniciativa é realizada há 15 anos pelo Centro Acadêmico de Artes Visuais (CENARTE) da UFS e contou com o apoio da prefeitura de São Cristóvão para sediar a exposição em um espaço central e culturalmente pulsante.

A mostra apresenta 43 obras e não possui um tema específico, com o intuito de abranger as temáticas e complexidades das obras que cada artista deseja trabalhar. Dessa forma, os estudantes da UFS podem experimentar a dinâmica de exibir suas obras, dando acesso direto ao público para criar uma conexão entre universidade, arte e sociedade sancristovense.

O artista Turvi, presidente do CENARTE, contou que a parceria com a prefeitura de São Cristóvão acontece anualmente. Antes, a mostra acontecia no salão do Museu Histórico de Sergipe, mas, como o prédio atualmente está em processo de reforma e restauração, os estudantes foram acolhidos pela galeria.

“Nós tratamos a exposição como mostra experimental justamente por ser uma oportunidade dos estudantes da UFS poderem conhecer esse espaço e as dinâmicas de expor e ser um artista com suas obras acessíveis ao contato com o público, o que traz uma conexão muito boa com o que estamos produzindo dentro da universidade. O centro histórico, com sua dinâmica de festivais e produção cultural, funciona como um catalisador para esse público, o que nutre os estudantes e cria um entrosamento com esse ambiente de produção cultural”, explicou Turvi.

De acordo com a coordenadora de Patrimônio Imaterial da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fumctur), Milena Almeida, essa é a quinta exposição montada na Galeria Vesta Viana, reforçando a proposta de manter o espaço com exposições itinerantes. 

“O espaço oferece ao visitante não apenas a oportunidade de conhecer o passado histórico de São Cristóvão, mas também de ver o presente e os projetos que estamos construindo para o futuro. Queremos construir várias referências culturais, incentivando que as pessoas visitem não apenas São Cristóvão, mas todo o estado de Sergipe. Ao mesmo tempo, quem vem aqui leva um pouco de nós de volta para seus lugares de origem, contribuindo com a difusão de nossa cultura”, destacou Milena.

Arte em foco

A organização do CENARTE reuniu estudantes de turmas diferentes, que utilizam diversas técnicas de criação, buscando abordar a diversidade de discursos e estilos. No curso de Artes Visuais na UFS, os alunos trabalham técnicas de desenho, pintura, modelagem em cerâmica, gravura, pintura a óleo e acrílica, colagem e fotografia, modalidades que foram exibidas na exposição.

Para garantir a diversidade proposta e abrir espaço para o máximo de estudantes possível, foi priorizado que cada aluno pudesse expor uma obra. Alguns artistas se destacaram ao conseguir emplacar dois trabalhos na galeria, como Lucas Pirovani, que apresentou dois quadros com ilustrações que mesclam técnicas de desenho e pintura.

Para ele, “o processo de entrada na exposição foi acolhedor, por ter sido composto internamente pelo Centro de Artes Visuais da UFS, o que tornou o processo muito interessante por dar mais vontade de estar presente e ao mesmo tempo produzir e criar para a mostra”.

Larissa Maia foi outra artista que exibiu duas obras na Mostra Experimental - peças de arte digital em tamanho A3, que reuniram a visão da ilustradora com a mistura de formas e cores. “Não é a primeira vez que participo, esta é a minha terceira vez aqui. É sempre um processo muito bom e tranquilo. É uma experiência prazerosa, pois consigo ter uma boa comunicação tanto com os produtores quanto com a equipe organizadora da mostra. Então, é sempre um prazer marcar presença aqui”, ressaltou.

A professora do curso de Artes Visuais da UFS, Marjorie Garrido, foi convidada pelo CENARTE para ser uma das curadoras da mostra, e detalhou que alguns critérios para a seleção foram a expressividade, qualidade técnica, temática e poética presente nas peças. “Reconhecemos que são estudantes e, por isso, também levamos em conta a evolução de cada um. Como temos esse contato próximo, conseguimos identificar o desenvolvimento individual de cada aluno, sem compará-los entre si, mas sim considerando o progresso de cada um”, destacou a docente.

Entre os espectadores da mostra, o artista sancristovense Nivaldo Oliveira saudou os estudantes com seu olhar experiente e pontuou que sua expectativa era de se deparar com estudantes ainda em desenvolvimento, mas o que viu foi um trabalho artístico de muita qualidade. “Para mim, foi muito importante participar e estou muito satisfeito por visitar essa exposição e esse conteúdo, que mostra a grandiosidade dos estudantes”, afirmou.

Fotos: Heitor Xavier