Exposição do Salão de Artes Vesta Viana no Fasc 2024 é inaugurada com riqueza de obras e olhares sergipanos
O Salão de Artes Vesta Viana é um espaço que tem se consagrado em apresentar e fortalecer as artes visuais em São Cristóvão e em todo o estado. Presente em mais uma edição do Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc), sua exposição permanente durante o evento foi inaugurada nesta sexta-feira (29), com obras de 15 artistas sergipanos.
Localizado na Praça da Matriz, o espaço funcionará das 10 às 18 horas durante os três dias de festejos. A curadoria dos trabalhos expostos é assinada pelas coordenadoras do salão: Laís Santos e Milena Almeida. Museólogas, elas buscaram selecionar o maior número de obras possível, com o intuito de fortalecer referências e enaltecer a cultura sergipana através do olhar e talento dos artistas apresentados.
A coordenadora Laís Santos ressaltou que a variedade de processos artísticos também foi norteadora nas escolhas dos materiais, que incluem desenhos, pinturas e xilogravuras, buscando reunir diversos artistas em um só espaço. “O foco é nos artistas de São Cristóvão, de Sergipe, e em todos aqueles que queiram expor no festival. A casa está sempre de portas abertas para recebê-los. É importante destacar que este também é um espaço aberto para a comunidade, funcionando durante o ano inteiro”, reforçou a curadora
Uma das artistas a expor suas obras no salão é Sara Cardoso, que expõe pela primeira vez no Vesta Viana seu trabalho feito com tinta a óleo sobre tela. Ela detalhou que já explorou outras técnicas, como grafite, lápis de cor e tinta acrílica, e que hoje seu trabalho é mais focado na questão do feminino e sua relação com a terra natal, Aracaju, além de abordar sua conexão com as tradições e culturas originárias.
“Acredito que o Facs é um festival riquíssimo, que abre portas e oferece oportunidades para diversas linguagens artísticas. Sou estudante de Artes Visuais e estou me formando, então vejo o festival como um grande incentivo para quem trabalha aqui. É importante também criar outros espaços que fortaleçam a cena artística local continuamente e permitam que pessoas de outros estados conheçam a potência artística de Sergipe”, afirmou a artista.
Enquanto isso, Laise Rosendo já é uma expositora veterana no evento, neste ano, trouxe três obras da sua última exposição individual, intitulada Sangue Ouro. Duas dessas obras são esculturas que falam sobre a representatividade da população negra, abordando questões como a beleza e o reforço dos traços e identidades.
“Essa experiência não só permite dar mais visibilidade ao meu trabalho, mas também reforça a importância da representatividade negra na arte, exaltando artistas negros e celebrando a troca com tantos outros artistas incríveis que também estão expondo. Além disso, é emocionante participar do primeiro ano efetivo da galeria aberta ao público. Esse espaço era algo de que precisávamos muito, tanto para dar voz a diferentes artistas quanto para manter uma rotatividade de expressões e obras ao longo do ano”, frisou a artista.
Para o visitante Rodrigo Martins, professor de João Pessoa-PB, que conheceu o salão pela primeira vez, foi encantador conhecer a riqueza cultural da cidade e um contentamento conhecer o salão de artes. “Acho fundamental termos um lugar que dê visibilidade à produção artística e cultural da cidade e do estado de Sergipe. Um evento como este não apenas atrai visitantes de fora, mas também permite que os próprios moradores conheçam e valorizem os artistas locais, reconhecendo quem faz a arte do seu estado e da sua terra”, afirmou o turista.
Além da exposição permanente, o Salão de Artes Vesta Viana também conta com uma lojinha para comercializar as artes locais, proporcionando a possibilidade de levar um pedaço da cultura sancristovense para perpetuar a memória da experiência no festival.
O Fasc é organizado pela Prefeitura de São Cristóvão por meio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Fumctur), Villela Produções, o Ministério da Cultura e o Governo Federal, através da Lei de Incentivo à Cultura. Maratá, Estrella Galicia, Coca-Cola, Caixa Econômica Federal, Governo do Estado, Instituto Banese, MTur/Sesc, Banco do Nordeste e Correios patrocinam o evento, que também conta com o apoio da SE - Sistema Engenharia, da Colortex e da RR Conect.
Conheça os artistas expositores no Salão de Artes Vesta Viana:
Mestre Nivaldo: Com o domínio de técnicas de escultura, pintura, entalhe, xilogravura e restauração; atua em São Cristóvão desde 2004, quando participou da restauração da Igreja Nossa Senhora do Carmo e na Igreja Nossa Senhora da Vitória.
Laise Rosendo: Artista plástica, com especialidade nas técnicas de pintura mista, aquarela e modelagem de objetos com materiais diversificados.
Calunga: Trabalha com artes visuais e arte urbana. Suas obras carregam questões que envolvem o existir de um jovem negro periférico, como o orgulho e a busca por suas raízes ancestrais.
Kely Nascimento: Artista multidisciplinar que atua com técnicas mistas, como colagem analógica e digital, pintura em acrílica, fotografia e lambe-lambe.
Kiris: Artista visual, fotógrafa e realizadora audiovisual e estudante de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Luan Dias: Artista visual que trabalha com desenho, pintura, gravura, instalação e ready-made.
Pedido: Artista híbrida não-binária e preta, que explora técnicas com papel, aquarela, giz pastel óleo, além de misturas em diferentes texturas e suportes.
Alef: Artista visual e tatuador, tem produção artística experimental e trabalha com papel, tela e pele, além de pesquisar sobre o corpo negro no contexto social urbano e suas relações.
Eric Estevão: Artista visual e arquiteto-urbanista. Une os processos de criação com as atividades desenvolvidas em comunidades e ocupações, visibilizando a potência dos saberes e práticas dos locais.
Sara Cardoso: Artista visual que já passou por várias linguagens artísticas, até chegar à pintura a óleo, sua principal forma de expressão.
Yasmin Nogueira: Utiliza linguagens como performance, vídeo, objeto, fotografia e experimentos híbridos no campo da arte e tecnologia, abordando as vivências das mulheres negras em diáspora.
Nagô: Artista visual, que traz em suas obras a própria trajetória e experiências urbanas de forte personalidade.
Elaine Gomes: Artista visual e arte-educadora, desenvolve narrativas artísticas através de pesquisa em bordado contemporâneo, gravura e fotografia.
Aline Tomé: Artista visual dedicada atualmente à técnica do lápis de cor, cor representação de signos sergipanos por meio dos gêneros da pintura de paisagem e natureza morta.
Petherson Fontes: Artista visual que usa técnicas com pintura a óleo, buscando retratar o cotidiano sergipano através de pequenas cenas e focos.
Fotos: Dani Santos
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