30/01/2025

Secretaria Municipal de Saúde realiza mutirão e intensifica ações de combate à dengue em São Cristóvão

Com a chegada das chuvas de verão e o aumento da temperatura, é ainda mais fácil encontrar reservatórios de água com focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. Para prevenir o aumento de casos dessas doenças nesse período, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Cristóvão tem intensificado suas ações de combate ao vetor, como o mutirão promovido nesta quinta-feira (30) no Loteamento Santo Inácio, no bairro Marcelo Déda.

Agentes de Combate às Endemias

A ação contou com a busca ativa pelos focos de proliferação do mosquito, por meio de visitas às casas da comunidade pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE), em que inspecionaram os reservatórios de água e distribuíram materiais informativos aos moradores. Em seguida, a equipe aproveitou a aglomeração da Associação de Moradores do loteamento para expandir o diálogo sobre o combate às arboviroses, reforçando a importância de manter os ambientes limpos e livres de água parada. 

De acordo com a coordenadora de Vigilância Ambiental em Saúde do município, Daniella Fraga, ao encontrar criadouros, a equipe de saúde realiza a limpeza, orienta os moradores e aplica o tratamento focal, além de distribuir frascos de hipoclorito de sódio, que também podem ser entregues nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). As larvas são coletadas e enviadas ao laboratório municipal para análise entomológica, que confirma se são do Aedes aegypti. 

“Além dessas ações, realizamos capacitações para os profissionais de saúde, trazendo o protocolo atualizado do Ministério da Saúde para o combate às arboviroses em 2025. Essas capacitações incluem treinamentos sobre notificações de casos, que são fundamentais para monitoramento da doença, e aprimoramento da coleta de amostras sanguíneas para exames, envolvendo enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem”, afirmou.

Daniella Fraga, oordenadora de Vigilância Ambiental em Saúde

O Agente de Combate às Endemias, Adilson Santos, explicou que a identificação do foco acontece de maneira simples: “Por exemplo, se houver uma tina ou qualquer recipiente com água parada e chover, em cerca de cinco a seis dias o mosquito já deposita ovos ali, e isso se torna um foco da dengue”. Ao identificar um criadouro, os agentes coletam uma amostra e enviam rapidamente para a análise laboratorial.

Adilson Santos, Agente de Combate às Endemias

Nas suas visitas domiciliares, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) também estão aptos a observar e identificar possíveis focos de arboviroses, e, caso aconteça, podem notificar à Secretaria de Saúde para que sejam tomados os devidos cuidados. Foi o que ocorreu com o ACS Gemison Jesus, que, em suas visitas periódicas, notou um antigo aquário com água parada apresentando larvas na casa de uma paciente, e prontamente entrou em contato com a Vigilância Ambiental em Saúde.

“Improvisei um recipiente para coletar amostras e enviei ao laboratório do município. O resultado confirmou não apenas a presença de larvas, mas também de pupas, indicando que o mosquito já estava na fase final de desenvolvimento. Diante disso, comuniquei à diretora da minha unidade, que entrou em contato com a equipe de endemias. A partir daí, organizamos essa ação de conscientização para alertar a comunidade sobre a importância do combate à dengue”, detalhou.

Gemison Jesus, Agente Comunitário de Saúde

A moradora Rosivânia Lopes foi uma das usuárias que recebeu a visita dos agentes e, segundo ela, não tem o que reclamar, pois os agentes de saúde aparecem sempre nas casas da comunidade. “Quando a gente está, ele aparece, pergunta se precisa de remédio, marcar exames, marcar consultas, essas coisas. Com essa visita, eu aprendi a usar o hipoclorito de sódio para botar na água, para mosquitos e vermes, e manter os recipientes sempre limpos”, pontuou.

Rosivânia Lopes recebendo a equipe de Vigilância Ambiental em Saúde

Gestante, a moradora Tainara Thaisa, presente na Associação dos Moradores no momento da ação educativa, reforçou a importância de se cuidar para não contrair Zika e colocar a saúde de seu bebê em risco. “Tenho todos os cuidados em casa, tirando a água de vasos e tonéis. Tem que ter muito cuidado com a criança também, por isso sempre uso repelente”, destacou.

Tainara Thaisa, moradora do loteamento Santo Inácio/ Foto - Clara Dias

Além das limpezas preventivas, caso sejam notificados casos de arboviroses, os Agentes de Combate às Endemias realizam a borrifação costal no local solicitado. Na borrifação, é usado um pulverizador costal motorizado, que aplica o inseticida em forma de nuvem de maneira direcionada, em ruas, canais, quintais e garagens, combatendo com eficácia o mosquito transmissor adulto.

Diagnóstico, tratamento e educação em saúde

Após a busca ativa e ação educativa no loteamento Santo Inácio, a equipe de Vigilância Ambiental em Saúde dialogou com os profissionais da UBS José Macário de Santana, no povoado Várzea Grande. Na ocasião, a responsável pela Divisão Técnica das Arboviroses, Ana Clésia Fontes, reforçou as informações atualizadas sobre o passo a passo do acolhimento dos pacientes, a coleta correta de sangue para o diagnóstico e a importância de não negligenciar casos suspeitos.

Ao desconfiar dos primeiros sintomas, o usuário deve buscar a Unidade Básica de Saúde mais próxima, onde encontrará atendimento médico ou de enfermagem. Segundo Letícia Renata, gerente da UBS José Macário de Santana, assim que houver suspeita, a enfermeira ou técnica de enfermagem da unidade faz a coleta do sangue e envia para o Laboratório Municipal de Saúde Carlos Alberto Santos Feitosa, onde rapidamente é obtido o resultado.

“Quando o resultado sai, a coordenação adianta o diagnóstico via WhatsApp para acelerar o atendimento, e depois nos envia o documento impresso para entregarmos ao paciente, informando se deu positivo ou negativo. Assim, é feito o tratamento com os medicamentos indicados”, realça a gerente.

Letícia Renata, gerente da UBS José Macário de Santana/ Foto - Clara Dias

É importante ressaltar que alguns medicamentos podem piorar os sintomas da dengue e aumentar o risco de hemorragia. Por isso, é fundamental que os pacientes evitem a automedicação e busquem a uma unidade de saúde assim que apresentarem quaisquer sintomas.

Fotos: Dani Santos

Publicado por Clara Dias
Fotos por Dani Santos
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