01/12/2024

Secretaria de Assistência Social atua em combate à violência e ao preconceito com ações educativas no Fasc 2024

Igualdade, diversidade e segurança são premissas fundamentais do Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc) e de toda a cultura da cidade. Para fortalecer ainda mais o combate às violências e preconceitos, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) realizou uma série de ações educativas ao longo da 39ª edição do evento, que incluíram abordagens e acolhimento ao público, assim como a entrega de materiais informativos.

Segundo a secretária de Assistência Social do município, Lucianne Rocha, o principal serviço oferecido durante os três dias de festejo foi o de abordagem social, que tem diversos objetivos, como identificar crianças ou adolescentes em situação de vulnerabilidade ou risco, em situações de trabalho infantil, para realizar o acolhimento posterior dentro dos nossos serviços de proteção. 

“Nossa equipe também realiza ações de sensibilização com comerciantes e ambulantes, destacando a importância de não aceitar o trabalho infantil. Em São Cristóvão, o trabalho infantil não é aceito, e, quando o identificamos, nossa abordagem não é punitiva, mas voltada para entender a situação da família e encaminhar essas crianças e adolescentes para processos de inclusão nos serviços da rede de assistência”, afirmou a secretária.

Lucianne Rocha, secretária de Assistência Social de São Cristóvão/ Imagem: Dani Santos

Um dos pontos de abordagem foi montado no Parque Natural Aloízio Fontes dos Santos, a Bica dos Pintos, com a intenção de identificar situações de violação de direitos, especialmente voltadas para grupos vulneráveis, como mulheres, crianças e adolescentes, também mantendo o cuidado com a erradicação do trabalho infantil nos bares do local.

“Nossa intenção é identificar e acolher mulheres que sofreram violência de gênero, assim como pessoas LGBTQIAPN+, que possam estar sofrendo algum tipo de violação. Além disso, estamos preparados para realizar os encaminhamentos necessários nesses casos”, afirmou Milene Almeida, coordenadora da Proteção Social Especial da Semas, que liderou as abordagens.

Equipe da Semas

As ações desenvolvidas ao longo do festival foram planejadas com o intuito de gerar um movimento de reflexão no público, que é bastante diverso, principalmente sobre temas como o enfrentamento à violência contra a mulher, à LGBTfobia e ao racismo, trabalhando para garantir que o Fasc seja um espaço de respeito e inclusão para todas as pessoas e corpos, e reforçando temáticas relacionadas aos direitos humanos.

Entre essas propostas, foi feita a distribuição dos adesivos com dizeres “Não é não” e em prol da diversidade sexual e de gênero. Os materiais gráficos em formato de coração foram pensados como uma forma de chamar a atenção para a conscientização contra o assédio, um comportamento infelizmente ainda recorrente. Os adesivos circularam por toda a cidade, estampando o orgulho e o empoderamento da comunidade participante do Fasc.

Para Daniela Cruz, visitante que veio de Aracaju para aproveitar o festival e recebeu um dos adesivos, falar sobre a importância de ter ações de conscientização em um evento que reúne tantas pessoas é essencial, principalmente para garantir que não haja nenhum tipo de violência ou preconceito. 

“Estar em um espaço tão múltiplo, com pessoas de personalidades e crenças diferentes, torna fundamental trazer essas pautas à tona. Isso permite que as pessoas reflitam, visualizem e entendam, na prática, o quanto é importante abordar temas que deveriam ser discutidos há muito tempo. Promover esses movimentos dentro de um evento como este é algo que precisamos incentivar constantemente, até que se torne algo comum, algo natural, e não algo que ainda cause estranhamento”, pontuou a foliã.

Daniela Cruz, participante do Fasc

O empoderamento relativo a pautas raciais também foi abordado por meio de uma ação de amarração de turbantes, que aconteceu em diferentes pontos do circuito do festival, como a praça São Francisco e a Casa da Costura Dona Zil. Para os passeantes interessados, bastava apenas chegar aos locais indicados e ter seus cabelos embelezados com tecidos coloridos e amarrações diferenciadas, enquanto conheciam um pouco mais sobre a história do acessório.

De acordo com Sandra Sena, coordenadora de Igualdade Racial da Semas, a ideia foi elevar a autoestima da mulher negra e, ao mesmo tempo, mostrar para outras pessoas que o adorno colorido na cabeça vai muito além de um acessório, mas representa o resgate ancestral e a valorização da beleza da mulher negra. 

“O turbante e as amarrações transcendem o universo da moda. Para muitas culturas, grupos sociais e étnicos, o torso, como também é conhecido, possui diversas funções e significados. Suas amarrações, estampas e cores carregam identidade, história e representatividade, sendo um símbolo de resistência e celebração das raízes africanas”, defendeu a coordenadora.

Sandra Sena, coordenadora de Igualdade Racial da Semas

Com a conscientização e o estímulo positivo ao público, a Semas espera que esta e próximas edições do Fasc sejam cada vez mais inclusivas, acolhedoras e seguras, promovendo a educação social e a divulgação de direitos e serviços de assistência para a população da Cidade Mãe de Sergipe e todos os seus visitantes.

Sobre o Fasc

O Fasc é organizado pela Prefeitura de São Cristóvão por meio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Fumctur), Villela Produções, o Ministério da Cultura e o Governo Federal, através da Lei de Incentivo à Cultura. Maratá, Estrella Galicia, Coca-Cola, Caixa Econômica Federal, Governo do Estado, Instituto Banese, MTur/Sesc, Banco do Nordeste e Correios patrocinam o evento, que também conta com o apoio da SE - Sistema Engenharia, da Colortex e da RR Conect.

Fotos: Clara Dias

Publicado por Clara Dias
Fotos por Clara Dias
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