São Cristóvão registra queda de mais de 80% nos casos de dengue, chikungunya e zika em 2025
O município de São Cristóvão segue em vigilância permanente contra as arboviroses, doenças virais transmitidas por vetores, principalmente mosquitos, como dengue, chikungunya, zika, mayaro e oropouche, e apresenta um cenário epidemiológico positivo em 2025. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apontam uma redução expressiva de mais de 80% no número de casos, resultado direto das ações contínuas de prevenção, controle vetorial e mobilização da população.
O comparativo entre 2024 e 2025, considerando o mesmo período entre 1º de janeiro e 31 de novembro, evidencia uma queda histórica dos casos no município. Em 2024, foram registrados 3.536 casos notificados e 109 confirmados, com taxa de incidência de 114,7 casos por 100 mil habitantes. Já em 2025, no mesmo intervalo, foram 2.643 notificações e 24 casos confirmados, o que representa uma taxa de 21 casos por 100 mil habitantes, correspondendo a uma redução aproximada de 81,7%.
Por se tratar de um município endêmico, São Cristóvão registra notificações ao longo de todo o ano, influenciadas principalmente por fatores climáticos e ambientais. Das notificações registradas neste ano no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 550 foram para dengue, com 18 casos confirmados; 443 para chikungunya, com três confirmações laboratoriais; e 1.650 notificações relacionadas a zika, mayaro e oropouche, sem confirmações até o momento.
A análise espacial desses dados permitiu identificar áreas com maior ocorrência, possibilitando a intensificação das ações de controle de forma estratégica, integrada a medidas de saneamento e manejo ambiental.
Vigilância ativa e ações permanentes
Ao longo de 2025, o município realizou de forma sistemática o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), ferramenta essencial para avaliar o risco de transmissão das arboviroses. O resultado geral apontou um Índice de Infestação Predial (IIP) de 0,8%, classificado como baixo risco. Nesse período, foram realizadas 9.172 visitas domiciliares e 105 pesquisas entomológicas. Durante as ações, os Agentes de Combate às Endemias (ACE) identificaram, eliminaram ou trataram criadouros, além de coletarem amostras analisadas pelo Laboratório Municipal de Saúde Pública.
O Aedes aegypti, principal vetor das arboviroses urbanas, apresentou oscilações ao longo do ano, com maiores índices nos meses de março, maio e setembro, períodos associados ao aumento das chuvas. Em setembro, foi registrado o pico anual, o que levou ao reforço das ações de bloqueio, mutirões, eliminação mecânica de focos e campanhas educativas. Nos meses seguintes, os índices voltaram a cair, demonstrando a efetividade das medidas adotadas.
O município também mantém o monitoramento do Aedes albopictus, cuja presença permaneceu baixa durante quase todo o ano, com aumento pontual em áreas periurbanas, reforçando a importância da vigilância contínua.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde, Daniella Fraga, os resultados positivos são fruto de um trabalho permanente e integrado. “Essa redução significativa é resultado do esforço contínuo das equipes de campo, aliado ao comprometimento da população. Mesmo com os indicadores favoráveis, é fundamental manter os cuidados, eliminando focos de água parada e procurando os serviços de saúde diante de qualquer sintoma”, destacou.
Ações integradas e valorização profissional
As ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Ambiental em Saúde, incluem visitas domiciliares, tratamento focal de reservatórios, levantamentos entomológicos, borrifação costal, além de cata-treco, limpeza de canais, inspeção de pontos estratégicos e monitoramento de armadilhas. Como medida complementar, o município também utilizou o carro fumacê, seguindo rigorosamente os critérios técnicos e horários definidos pelo Ministério da Saúde.
O trabalho é fortalecido por ações educativas e de mobilização social, com campanhas informativas em panfletos, outdoors e redes sociais, além da participação na Mobilização Nacional nas Escolas para Prevenção das Arboviroses, levando informação e conscientização aos estudantes da rede municipal.
Paralelamente, o município investe na qualificação dos profissionais. Os Agentes de Combate às Endemias participaram do curso técnico Mais Saúde com Agente, fortalecendo o vínculo com a população e ampliando a integração entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde. Os profissionais também participaram da 1ª Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora de São Cristóvão.
Para fortalecer ainda mais o trabalho dos agentes, a Prefeitura de São Cristóvão entregou, neste mês, kits de trabalho compostos por bolsa, bandeira, bacia plástica, espelho de bolso, lápis de cera, lanterna, lápis, lixa, pesca-larvas, colher de inox e kit de cubagem. Ao todo, 38 profissionais foram contemplados. Além disso, também em dezembro, o município realizou, pela primeira vez, o pagamento do auxílio-uniforme para os profissionais da área, garantindo o valor de R$1.956,00 por agente para a aquisição de dois uniformes, contribuindo para melhores condições de trabalho e facilitando a identificação dos profissionais que atuam no município.
Fotos: Dani Santos e Heitor Xavier
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