Desenvolver ações que promovam a proteção e o protagonismo feminino é uma das prioridades da Prefeitura de São Cristóvão. Como parte desse compromisso, nesta quarta-feira (30), a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), em parceria com instituições governamentais e a sociedade civil, realizou o 1º Fórum de eleição para o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM). Com a escolha das representantes, o conselho foi oficialmente implantado com seis representações eleitas, passando a exercer um papel essencial no fortalecimento das políticas públicas voltadas à equidade de gênero.

O CMDM é um órgão colegiado de caráter consultivo, deliberativo e fiscalizador, voltado à defesa dos direitos das mulheres no município. Entre suas atribuições estão: assessorar o Poder Executivo na elaboração de ações voltadas ao público feminino; acompanhar a execução de políticas públicas; fiscalizar o cumprimento da legislação específica; manter diálogo com movimentos sociais; receber denúncias de violência ou discriminação; além de organizar seu funcionamento por meio de regimento interno.

Para a coordenadora de Políticas para Mulheres da Semas, Raíssa Rocha, a iniciativa é fundamental para ampliar a participação social das mulheres e fortalecer a gestão pública. “Em São Cristóvão, temos uma participação feminina muito forte, e a principal forma de assegurar uma gestão efetiva é justamente por meio da instituição e do fortalecimento dos conselhos. Por isso, este é um momento muito histórico para o município”, afirmou.

A secretária de Assistência Social, Lucianne Rocha, destacou que a escolha das entidades que comporão o conselho fortalece o enfrentamento à violência de gênero. “É um momento histórico em que convocamos a sociedade civil a se unir ao poder público para construir, juntos, ações concretas de combate à violência e garantir uma cidade mais segura para todas as mulheres”, declarou.

A mesa de abertura contou com a presença do prefeito Júlio Nascimento; da vice-prefeita, Gedalva Umbaubá; do vereador Rauller do Timbó; da secretária Lucianne Rocha; e de Edlaine Senna, representante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM). A programação também incluiu uma palestra da professora e doutora em Serviço Social Vera Núbia Santos, representante da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Diversas instituições, como coletivos, associações, cooperativas, universidades e outros grupos atuantes na defesa dos direitos das mulheres, também marcaram presença e integraram o pleito eleitoral.

“Nós precisamos, de forma colaborativa, escutar e falar das nossas necessidades, crenças e fortalezas, para que possamos avançar cada vez mais como uma cidade mais acolhedora, para o povo que vive aqui e para quem nos visitar”, afirmou o prefeito Júlio Nascimento, reafirmando o compromisso com o combate à desigualdade e à violência de gênero.

A professora Vera Núbia Santos frisou que a composição do Conselho faz parte do processo de implementação das políticas voltadas para as mulheres. Segundo ela, ao instituir o CMDM, o município dá maior visibilidade às lutas femininas e à efetivação dessas políticas.

“A realização do fórum para a eleição da sociedade civil foi um passo significativo, porque é a partir do debate, e, principalmente, com a contribuição da sociedade civil, que as questões colocadas no universo das mulheres, de todas as representatividades, são trazidas para dentro da construção e implantação das políticas públicas”, reforçou a docente.

Ela também destacou o contexto político e social em que o CMDM está sendo implementado na Cidade Mãe de Sergipe, ressaltando a articulação com conferências recentes. “Nessas conferências já surgiram deliberações importantes para a política municipal. Com isso, esse fórum e a instalação do Conselho incorporam a possibilidade de uma implantação mais rápida do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres de São Cristóvão”, completou.

Para Erilene dos Santos, votante da sociedade civil e representante da Associação de Artesanato Mãos que Pensam, esse é um espaço de conquista e de luta contínua. “A caminhada não é fácil, mas seguimos firmes. Uma das nossas maiores demandas é, sem dúvida, alavancar o comércio do artesanato e gerar mais renda para as mulheres. O sonho de toda mulher é ter seu próprio recurso, produzir suas peças, vender e conquistar independência. Queremos ter o nosso próprio dinheiro, sem precisar depender de ninguém”, declarou.

No fórum, foram eleitas seis representações da sociedade civil que comporão o colegiado no biênio 2025-2027. O processo contou com a participação de coletivos, movimentos sociais, instituições de ensino e associações comunitárias.

Três entidades foram eleitas por aclamação, devido à ausência de concorrência: Universidade Federal de Sergipe (UFS), Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de São Cristóvão e Associação Mãos que Pensam. As demais vagas foram preenchidas por votação aberta.

Pelo segmento de coletivos de mulheres, foram eleitos a Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop em Sergipe e o Coletivo Ela por Elas. Representando os movimentos sociais, foi escolhido o Instituto Cultural e Esportivo Piabinha do São Braz. Já entre as usuárias dos serviços do SUAS, Jucilene Gomes Pereira recebeu o maior número de votos.

Representante do Instituto Piabinhas do São Braz, Isabela Bispo comemorou o resultado e reforçou a importância de integrar o conselho. “Quando falamos de direitos das mulheres, precisamos falar sobre educação, saúde, estrutura comunitária, das comunidades. Por isso, para nós, é essencial contribuir para a construção de políticas públicas que fortaleçam todas essas frentes”, afirmou.

Fotos: Dani Santos