Projeto ‘Você sabia?’ da Semas promove roda de conversa sobre direitos LGBTQIAPN+ com Guarda Civil Municipal de São Cristóvão

Para promover a conscientização dos agentes de segurança sobre os direitos e o acolhimento da população LGBTQIAPN+, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) de São Cristóvão realizou, na tarde de ontem (06), uma roda de conversa com a Guarda Civil Municipal por meio do projeto “Você Sabia?”. O encontro, realizado no Paço Municipal, integra o programa Diálogos, Diversidade e Inclusão, desenvolvido pela Prefeitura com o objetivo de criar e fortalecer políticas públicas voltadas à comunidade LGBTQIAPN+ na Cidade Mãe.

A proposta do projeto é levar informações e promover reflexões com profissionais de diversas áreas, como saúde, assistência social e, mais recentemente, a segurança pública. Durante a atividade, foram discutidas as principais dificuldades enfrentadas por pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil, país que lidera o ranking mundial de violência contra essa população há 16 anos consecutivos.

Segundo Tony Reis, coordenador de políticas para a comunidade LGBTQIAPN+ (integrada por Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexuais, Pansexuais, Não-bináries e mais), os dados alarmantes serviram de ponto de partida para refletir sobre o papel dos servidores públicos na promoção do respeito e da dignidade, bem como a importância do combate à LGBTfobia institucional e social. “Foi um momento muito rico para que a nossa segurança pública tenha essa visão de respeitar as identidades e a diversidade do nosso município”, reforçou Tony.

Além das estatísticas, o encontro trouxe informações sobre direitos garantidos por lei, como o uso do nome social, a retificação de nome e gênero por pessoas trans e o reconhecimento da LGBTfobia como crime, equiparado ao racismo conforme a lei nº 7.716/89, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A roda de conversa também apresentou curiosidades, orientações e dicas de abordagem respeitosa, buscando contribuir para um atendimento mais humanizado e consciente por parte dos agentes de segurança.
Para Andreza Mota, guardiã municipal, é muito importante que haja capacitações como essa constantemente, para que os guardiões estejam não apenas dispostos, mas realmente preparados para atender a população. “A comunidade LGBTQIAPN+, como sabemos, ainda enfrenta muito preconceito, e muitas vezes as pessoas não sabem como agir diante dessas situações. Por isso, é fundamental que a gente se aproxime da comunidade, não só para garantir um atendimento respeitoso e acolhedor, mas também para orientar a própria comunidade do entorno”, pontuou a participante.

O guardião Julião também enfatizou que o aperfeiçoamento e o acesso à informação é essencial para que, no momento em que a equipe chegar para prestar socorro, não haja um agravamento da situação da vítima. “É justamente nesse momento que o acolhimento faz toda a diferença. Precisamos saber como falar, como agir e como encaminhar da melhor forma possível para um atendimento de saúde, por exemplo. É fundamental entendermos como garantir que os direitos dessas pessoas sejam respeitados, que elas sejam tratadas com a dignidade humana que merecem, e, acima de tudo, que nenhuma forma de discriminação aconteça”, concluiu.

Fotos: Dani Santos
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