Programação na Bica dos Pintos abre 40º Fasc com muito samba e celebração da cultura afro-brasileira
A 40ª edição do Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc) teve início em clima de muita animação na tradicional Bica dos Pintos, com o projeto Sambalá. A programação começou pela manhã e seguiu até o fim da tarde, mantendo o público em um ambiente de festa, música, sol forte e a água fresca das fontes históricas. Afoxé de Odé, Samba de Meia Hora, Descidão dos Quilombolas, Afoxé di Preto e Bruninho conduziram a abertura.
O prefeito Júlio Nascimento esteve presente e destacou a dimensão do evento neste ano. “São 113 atrações se apresentando, com várias manifestações culturais, como literatura, música, dança, teatro, cinema e muitas outras, que estarão fazendo de São Cristóvão a Cidade Mãe da Cultura durante esses quatro dias”, afirmou.
A coordenadora do Sambalá, Danielle Azevedo, explicou o simbolismo da parceria entre o terreiro Alarokê com a Prefeitura de São Cristóvão, e a força da celebração.“O Sambalá na Bica abre o Fasc 2025 justamente com essa proposta de celebrar a cultura negra e o Dia da Consciência Negra. É um projeto realizado pelo Terreiro Alarokê, com verba da PNAB por meio da Funcap, e essa edição é especial porque traz a parceria com a Prefeitura de São Cristóvão. Esse é o diferencial”, afirmou.
Danielle destacou que a iniciativa reuniu grupos musicais oriundos de terreiros, além de oficinas de culinária, dança afro e percussão voltadas à comunidade negra. Segundo ela, a união entre instituições e gestão pública é fundamental: “É imprescindível essa parceria com a prefeitura para agregar os povos de terreiros às políticas públicas. Temos diversas manifestações culturais oriundas dos terreiros que precisam ir às ruas e ganhar visibilidade.”
O primeiro grupo a se apresentar foi o Afoxé de Odé. A fundadora, Yá Sílvia, ressaltou a importância desse espaço no Festival. “Além de hoje ser o Dia da Consciência Negra, tivemos o privilégio de estar nesse Festival grandioso que é o Fasc. É uma honra fazer parte disso”, disse.
O clima festivo atraiu moradores e visitantes de diferentes cidades de Sergipe e de outros estados. Entre eles estavam Fátima Alves e sua neta Gabrielly Santos, que vieram de Nossa Senhora do Socorro especialmente para conhecer o Fasc.
Para Fátima, a experiência superou as expectativas. “Aqui é lindo. Antes não estava assim, mas depois da reforma ficou muito bonito. E hoje, com essa apresentação, está maravilhoso. É a primeira vez que venho e estou achando tudo muito lindo.”
Gabriely também se encantou com o ambiente e com a energia da Bica.“É a primeira vez que venho aqui durante o festival. Já conhecia a cidade, mas não a Bica. Está sendo maravilhoso, estou gostando bastante. Pretendo aproveitar hoje e provavelmente amanhã também. Era um espaço que eu queria conhecer há muito tempo, e agora tive a oportunidade.”
A programação do Samba na Bica continua nesta sexta-feira, com Patota do Zé, às 13h, e Samba do Arnesto, às 15h, encerrando as apresentações no local.
O Fasc
O Festival de Artes de São Cristóvão consolidou-se desde a década de 1970 como um dos maiores encontros culturais do Nordeste, reunindo artistas locais e de diversas partes do país em múltiplas linguagens artísticas. Após um intervalo em 2005, o evento retornou em 2017, reafirmando o papel de São Cristóvão como um importante polo de produção e difusão cultural no Brasil.
Com palcos espalhados pelo Centro Histórico e também em diferentes bairros, o Fasc oferece uma vivência completa, que integra música, teatro, dança, literatura, artes visuais, cinema e outras expressões, celebrando a riqueza cultural da quarta cidade mais antiga do país.
O Fasc é apresentado pelo Ministério da Cultura, com realização da Prefeitura de São Cristóvão, por intermédio da Fundação Municipal do Patrimônio e da Cultura João Bebe Água (Fumpac) e do Encontro Sancristovense de Cultura Popular e Outras Artes (ESCOA); Governo do Estado de Sergipe, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e Governo do Brasil. O Festival conta ainda com patrocínio da CELI, Banco do Nordeste, Iguá Sergipe, Ecoparque Sergipe e CAIXA. O apoio fica por conta da SE – Sistema Engenharia, Colortex Tintas, Unir Locações e Serviços e Vitória Transportes.
Fotos: Dani Santos
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