23/10/2025

Prefeitura de São Cristóvão recebe selos ODS da ONU pelo impacto socioambiental da entrega de EPIs para marisqueiras e do Fasc Sustentável

Nesta quinta-feira (23), a Prefeitura de São Cristóvão foi mais uma vez reconhecida pelo seu trabalho multisetorial em busca da sustentabilidade em seus serviços, recebendo dois Selos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Foram contemplados o projeto de Entrega de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para pescadoras artesanais do município, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Agricultura, Aquicultura e Pesca (Semagri), e o Fasc Sustentável 2024, promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) durante o Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc).

O encontro estadual ODS 2025 aconteceu no auditório do Tribunal de Justiça de Sergipe e contou ainda com a assinatura do compromisso “Meu Município pelos ODS”, iniciativa do governo federal que incentiva ações locais alinhadas aos ODS da ONU. Assinando o pacto, o município passa a ter acesso a ferramentas de planejamento e gestão, formações e capacitações técnicas, além de um mapa com linhas de financiamento voltadas ao desenvolvimento sustentável. 

“Esse é um passo essencial para reafirmar que São Cristóvão está alinhando seus programas e ações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, buscando constantemente promover o desenvolvimento da cidade e a qualidade de vida da nossa população. Seguiremos firmes nesse compromisso”, afirmou o prefeito de São Cristóvão, Júlio Nascimento.

Júlio Nascimento, prefeito de São Cristóvão

Os ODS formam uma agenda global que visa enfrentar os principais desafios do planeta por meio de metas interconectadas. Os 17 objetivos são: erradicação da pobreza e da fome; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia acessível e limpa; trabalho decente e crescimento econômico; inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis; ação contra a mudança global do clima; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; e parcerias e meios de implementação. Juntos, esses objetivos orientam ações globais, nacionais e locais para promover um desenvolvimento mais justo, inclusivo e ambientalmente responsável até 2030.

Segundo Kassya Fernandes, coordenadora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento nacional, localizado em Belém-PA, órgão líder na implementação da agenda 2030, estratégias como o Selo ODS são fundamentais para estimular o engajamento dos municípios, promovendo projetos que integram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ao seu planejamento e à execução das políticas públicas.

“Atingir as metas da Agenda 2030 depende diretamente da atuação local. Estima-se que cerca de 65% dos ODS só possam ser alcançados com a participação efetiva dos municípios. É no território que o desenvolvimento sustentável se concretiza, unindo prosperidade econômica, acesso a direitos e preservação ambiental. A adesão ao Pacto “Meu Município pelos ODS” também é essencial, pois reforça o compromisso com a Agenda 2030 e oferece apoio técnico — o próprio PNUD é um dos parceiros que acompanha esse processo —, além de abrir portas para parcerias e benefícios com instituições financeiras e outros atores”, reforçou a representante da ONU.

Kassya Fernandes, coordenadora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Iniciativas premiadas 

O selo ODS tem o intuito de identificar entidades que estão alinhadas aos seus preceitos sustentáveis, fortalecendo ações humanitárias que cuidam do planeta. Entre as ações reconhecidas, a entrega dos kits de EPIs das marisqueiras se mostrou uma conquista para a qualidade e segurança no trabalho das pescadoras da cidade.

Iniciado em 2023, o projeto começou após um diagnóstico participativo realizado com trabalhadoras das comunidades locais, que apresentaram os desafios enfrentados na pesca artesanal. A iniciativa é fruto da cooperação entre a Prefeitura de São Cristóvão, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a Colônia de Pescadores Z-2, que reúne mais de 1.400 pescadores artesanais. Os professores e alunos da UFS são responsáveis pela sistematização dos dados, enquanto a Colônia acompanha o processo e as pescadoras fazem o automonitoramento da produção.

Pescadoras artesanais vestindo os EPIs

Inicialmente, foram entregues 100 kits de EPIs em janeiro de 2025, compostos por luvas anticorte, camisas com proteção UV, chapéus contra mosquitos e sapatilhas aquáticas, produzidos com tecidos de proteção solar. Segundo Elaine de Jesus, diretora de Aquicultura e Pesca da Semagri, até dezembro deste ano, mais 373 novos kits serão distribuídos. “O resultado tem sido extremamente positivo: as próprias marisqueiras relataram uma melhora de cerca de 80% nas condições de trabalho após o uso dos EPIs”, garantiu a diretora.

Elaine de Jesus, diretora de Aquicultura e Pesca, e Edmilson Brito, secretário da Semagri

Os equipamentos ainda previnem cortes, queimaduras e doenças de pele, além de promoverem mais conforto e segurança nos manguezais e estuários. O projeto representa um avanço na proteção e valorização das marisqueiras, fortalecendo a pesca artesanal e contribuindo para o desenvolvimento social e ambiental do município. “Essa ação se alinha a dois dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: saúde e bem-estar, e trabalho decente e crescimento econômico, promovendo mais dignidade e segurança para as trabalhadoras”, completou o secretário da Semagri, Edmilson Brito.

A segunda iniciativa sancristovense contemplada pelo Selo ODS foi a 3ª Edição do Fasc Sustentável, desenvolvida em 2024. O trabalho foi realizado durante o 39º Festival de Artes de São Cristóvão, de 29 de novembro a 1º de dezembro de 2024, com o objetivo de sensibilizar a comunidade local e visitantes sobre a importância da preservação ambiental, abordando temas como gestão de resíduos, consumo consciente, reciclagem e redução de impactos ambientais, atingindo sete dos ODS e registrando recorde de participação popular e engajamento comunitário. 

Ao integrar educação ambiental e práticas sustentáveis ao Fasc, o projeto contou com oficinas de boas práticas para 150 ambulantes e comerciantes, e implantou a Ecotroca, que trocou materiais recicláveis por brindes ecológicos, totalizando 2.000 itens, junto à instalação de ecopontos e uma estação de compra de recicláveis. Essas ações resultaram na arrecadação de 230 litros de óleo de cozinha e 2,5 toneladas de materiais recicláveis, reduzindo cerca de 22,5 toneladas de gases de efeito estufa e gerando 23,65 toneladas de crédito de carbono. Outras atividades incluíram jogos e oficinas ambientais, blitz socioambiental e a ação Troca AUmiga, que incentivou a troca de ração para animais por brindes ecológicos, engajando o Programa GuardaPet.

Troca AUminga

Janine Menezes, secretária de Meio Ambiente, explicou que o projeto é construído de forma colaborativa, com a participação de diversas secretarias e parceiros locais. “O selo reforça o impacto positivo dessas iniciativas no município, demonstrando que é possível realizar grandes eventos com responsabilidade ambiental e social. O Fasc Sustentável é uma ação já consolidada, que busca reduzir os impactos ambientais por meio da gestão adequada de resíduos, da conscientização ambiental e da promoção de práticas sustentáveis durante o festival”, destacou.

Janine Menezes, secretária de Meio Ambiente

De volta em 2025, o Fasc Sustentável contará com um espaço exclusivo, onde as ações serão ampliadas. Entre as novidades estão a ecoexposição, a mitigação da geração de resíduos e iniciativas como a ecotroca e o ecoponto, reforçando o compromisso integral do festival com a sustentabilidade e a conscientização ambiental.

Fotos: Dani Santos

Publicado por Clara Dias
Fotos por Dani Santos
Personalize suas opções de acessibilidade