Prefeitura de São Cristóvão realiza seminário para discutir ações de combate ao Trabalho Infantil
Por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), a Prefeitura de São Cristóvão, realizou nesta terça-feira (10), um Seminário com o tema “Infância Protegida, Futuro Grarantifo - Cidade Mãe contra o Trabalho Infantil”. A programação contou contou palestra magna, conversa sobre a descontrução acerca do trabalho infantil e oficina de qualificação técnica.
O seminário deu início com a palestra magna ministrada pelo procurador do trabalho, Alexandre Alvarenga, do Ministério do Trabalho de Sergipe (MPT) Em sua apresentação, destacou uma análise profunda sobre os aspectos legais, sociais e estruturais do trabalho infantil, com ênfase para os avanços e desafios enfrentados pelo órgão.
“De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), houve uma redução no número de crianças e adolescentes em situação de trabalho em relação a 2019, mas ainda não atingimos os níveis de 2016, indicando um aumento ao longo do tempo. Sergipe é um dos estados com maior incidência das piores formas de trabalho infantil, como trabalho na rua, em condições insalubres e em horários noturnos, que são mais nocivas à saúde e ao desenvolvimento. O MPT atua através de denúncias espontâneas, mas essa atuação é limitada pela normalização e valorização cultural do trabalho infantil, o que dificulta a proteção das crianças e causa prejuízos no desempenho escolar e na saúde. Combater essa cultura é o primeiro desafio em todo o Brasil”, destaca o procurador.
A secretária da Assistência Social, Lucianne Rocha, deu sua contribuição com uma palestra tratando do tema “Desconstuindo o Trabalho Infantil: compromissos e ações para o futuro”.
“Este é um momento para darmos as mãos e fecharmos um círculo de proteção em torno de nossas crianças e adolescentes. Temos diversas estratégias de enfrentamento e inclusão, mas não basta apenas ofertar oportunidades para tirar o jovem do trabalho infantil. Muitos jovens não aceitam ser inseridos no programa Jovem Aprendiz, e precisamos discutir como tornar a educação mais atrativa e como identificar esses jovens, pois nem sempre as pessoas entendem o quão prejudicial é o trabalho infantil”, compartilha.
Atualmente, o município conta com 101 jovens aprendizes ativos; 150 jovens aprendizes entre turmas do CIEE e SENAC passaram pelo programa de aprendizagem. Entre os casos notificados e identificados posteriormente, 41 desses adolescentes saíram da situação de trabalho infantil. De acordo com Laiana Costa, assistente social da Semas e coordenadora do Programa Jovem Aprendiz em São Cristóvão, a gestão tem ações que resgatam os adolescentes e também as crianças através dos equipamentos.
“A situação no município ainda apresenta crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, principalmente nas feiras, inclusive crianças menores de 14 anos. Para esses casos, os serviços de convivência estão disponíveis nos CRAS, e destaco a parceria com o MPT, que disponibiliza vagas de jovem aprendiz em empresas de Aracaju para jovens de São Cristóvão”, adiciona Laiana.
União e proteção
Thays Mara Vieira, presidente do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA) e chefe de divisão na Secretaria de Educação, enfatiza que o lugar de crianças e adolescentes é nas escolas, e a Educação é a base transformadora. “Precisamos sensibilizar a todos sobre a importância de garantir que o lugar de criança e jovem seja na escola. O programa Jovem Aprendiz é uma forma de motivá-los a evitar práticas inadequadas e exploração. Estamos aqui no seminário para desenvolver práticas voltadas a essa temática, pois o trabalho infantil causa desgaste físico e psicológico, além de evasão escolar, prejudicando o futuro das crianças e adolescentes”.
A evasão escolar foi uma preocupação também citada por Douglas Santana, conselheiro tutelar do município. “Essa problemática não se resume à São Cristóvão, é do Brasil, e fico feliz por nossa cidade ser a que tem mais jovens aprendizes. Muitos deles foram encaminhados pelo Conselho Tutelar, pois temos que tirar o adolescente das feiras, mas temos que oferecer alternativas, que ajudem às famílias, que evitem a exploração e a evasão escolar. Por isso, o programa exige a frequência escolar, temos que cuidar desse público vulnerável e dar a eles oportunidade de crescimento também”.
Em sua fala, o prefeito da cidade, Júlio Nascimento, compartilhou algumas estratégias adotadas pela gestão pensando no presente e também no futuro das crianças e adolescentes. “Estamos aqui para garantir direitos constitucionais, e um deles é o acesso à Educação. Trabalhamos de forma coordenada, ampliando cada vez mais as nossas ofertas no acesso à Educação, a exemplo do ensino integral; temos parceria com entre as secretarias, como a Fundação de Cultura e a Secretaria de Esporte e Lazer, para que juntos pensem em possibilidade para esta população, formas que possam acolher, proteger e dar oportunidades. E, tratando-se disso, investimos pensando no futuro, para que lá na frente esses jovens possam ter oferta de emprego em nosso município”, concluiu.
O seminário foi finalizado com uma oficina de qualificação técnica, um espaço dinâmico e participativo voltado para a reflexão sobre práticas, políticas e caminhos possíveis no enfrentamento do trabalho infantil, dando destaque no compromisso institucional e social. Nesse momento, o tema central tratado foi “Transformar os nossos compromissos em ações”.
Fotos: Dani Santos
Recentes
Notícias recentes de Assistência
Prefeitura de São Cristóvão realiza Fórum de Eleição do Conselho da Pessoa Idosa para renovação das cadeiras da sociedade civil
Prefeitura de São Cristóvão conclui mais uma turma com 34 Jovens Aprendizes na área do turismo