Em mais uma ação que demonstra a nutrição da população sancristovense como prioridade, a prefeitura de São Cristóvão realizou o V Fórum Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, na manhã desta quinta-feira (17).  Com o tema “Os desafios para a implementação do I Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Plamsan)”, o evento incluiu palestras e mesas redondas para discutir a implantação e concretização do plano, pioneiro no estado.

O fórum foi iniciado com a mesa de abertura e palestra magna da Dr.ª Silvia Voci, docente da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e representante do Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado de Sergipe (OSANES), discutindo a importância e implementação do Plamsan para o fortalecimento da política de Segurança Alimentar e Nutricional municipal. 

Em sua fala de abertura, o prefeito Marcos Santana enfatizou a importância de implantar políticas que garantam a todos o direito à alimentação, que é um direito, não uma caridade. “Muitas vezes, neste país, a falta de alimentação é usada como uma política de subjugação das pessoas. Precisamos, efetivamente, trabalhar para fortalecer os poderes que garantam o direito à alimentação saudável e diária para todos, no mínimo três refeições ao dia. Esse é o nosso compromisso”, reforçou o gestor.

Segundo a coordenadora da Saúde da Criança e do Adolescente da Secretaria Municipal de Saúde, Jaqueline Reis, o Plamsan foi elaborado pelos membros da Câmara Intersetorial Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), em colaboração com o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comsean), para ser executado entre os anos 2024 e 2028.

“Entre os desafios encontrados, destacam-se a articulação intra e intersetorial, o delineamento e o monitoramento das ações ao longo dos quatro anos, e o planejamento das projeções para os próximos quatro anos. Também foi um desafio articular os programas e ações já existentes dentro desse novo plano”, contou Jaqueline.

O Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional é multidisciplinar e envolve diferentes secretarias da prefeitura de São Cristóvão, como a Assistência Social, Saúde e Educação. A ideia é que as diretrizes alimentares e nutricionais cheguem também à alimentação das escolas, envolvendo crianças e adolescentes. 

A nutricionista Karen Reis, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), explicou que, juntamente com o setor pedagógico, foram abordadas iniciativas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o programa ‘Meu Primeiro Lanchinho’ e outros projetos como a Jornada de Educação Alimentar e Nutricional, e a inserção do camarão na alimentação escolar. 

“Todos esses projetos foram incluídos no plano, e procuramos sintetizá-los ao máximo, pois alguns ainda são recentes. A Jornada e a inserção do camarão, por exemplo, começaram agora em 2024, então precisamos acompanhar o desenvolvimento desses projetos para entender como se desenrolarão até 2028, período coberto pelo plano. Nosso foco foi justamente sintetizar a parte de segurança alimentar e nutricional, que é o principal objetivo do plano”, relatou a nutricionista.

Como presidente do COMSEAN, Maria do Carmo Batista, que esteve presente na mesa de abertura, detalhou que, através da luta do Conselho, surgiram equipamentos que realizam um belo trabalho no município, que atende à milhares de famílias e leva comida de verdade para a mesa, onde podem experimentar o sabor, vivenciar e, com isso, melhorar sua qualidade de vida.

“Atualmente, são mais de mil pessoas que se beneficiam com os programas que esses equipamentos vêm desenvolvendo. O fórum é mais uma iniciativa nesse sentido, visando divulgar, fortalecer e garantir que as ações aconteçam com a transparência que a segurança alimentar precisa e merece”, destacou a conselheira.

A professora Dr.ª Silvia Voci, do curso de Nutrição da UFS, realçou que “a fome só está onde não existe política pública”. De acordo com a especialista, é preciso que a sociedade esteja engajada na luta do combate à insegurança alimentar e nutricional, o que envolve a vontade política e a participação de todos.

“Em 2017, não existia nem um diagnóstico situacional do município. Em parceria com a prefeitura de São Cristóvão, com alunos do Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado de Sergipe, levantamos dados, dialogamos com a gestão e o Comsean e hoje, é muito legal ver a parceria construída e ter a oportunidade de ver a universidade participar desse momento de evolução”, ressaltou.

De acordo com o secretário-adjunto de Assistência Social, André Dórea, no fórum foi possível ver o que está disposto na Constituição de 1988, que defende a necessidade da participação popular na construção de políticas públicas de combate à fome. 

“É uma felicidade participar deste V Fórum e celebrar a apresentação do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, que foi construído pela mão de todos. Tivemos a participação massiva do Comsean, com a contribuição das secretarias vinculadas, mas principalmente com a participação da sociedade civil, através das conferências e entidades representativas. Trazer a apresentação do Plamsan neste fórum foi a comprovação do compromisso da gestão”, destacou o secretário-adjunto.

Edvaldo dos Santos, um dos participantes inscritos no evento, veio representando o Comsean do município de Rosário do Catete e, para ele, reunir forças que lutam pela nutrição da população é essencial para trazer avanços às políticas municipais de forma integrada. “Estou aqui para aprender e reproduzir o que for de melhor”, afirmou.

O I Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional já foi aprovado pelo Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, através da resolução nº 2 do dia 03 de outubro, apresentada no Diário Oficial de São Cristóvão. Em breve, o plano será publicado no site da prefeitura, após as análises e sugestões discutidas no Fórum.

Fotos: Dani Santos