Fasc gera renda antecipada e movimenta a economia de São Cristóvão com prestação de serviços e produção artesanal
O Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc) será realizado entre os dias 20 e 23 de novembro, mas para profissionais autônomos, prestadores de serviços e produtores de artesanato o evento começa bem antes. Ao longo do ano, eles planejam, produzem e já colocam à venda peças criadas, além de organizar seus estoques e espaços para receber as demandas dos visitantes, especialmente para o festival, uma das principais vitrines culturais e econômicas do município.
Nos ateliês e na Associação Mãos que Pensam, por exemplo, o trabalho é intenso. Tecidos se espalham pelas mesas, o cheiro de tinta preenche o ar e as mãos ágeis revelam a pressa boa de quem sabe que o Fasc movimenta o artesanato local. O planejamento começa meses antes, tanto no Centro Histórico quanto na Grande Rosa Elze, com costureiras e artesãs organizadas em torno da associação localizada na Praça da Matriz.
Entre ecobags, camisetas personalizadas, roupas customizadas, acessórios de crochê, bonecos, bordados e peças decorativas feitas à mão, muitas delas estampadas com a sigla do festival, o que se vê é a arte se transformando em renda e fortalecendo o trabalho coletivo de mulheres que vivem da criatividade.
“A gente vive o ano inteiro pensando no Fasc”, compartilha Herilene dos Santos, uma das artesãs da associação. Ela conta que o trabalho com o artesanato é muito procurado às vésperas do festival. “Sou conhecida, principalmente, pelas ecobags personalizadas com a marca do festival, e sou bastante procurada antes e durante o evento”.
A produção faz parte do movimento conhecido como economia criativa, que valoriza o talento manual, a identidade cultural e a capacidade de transformar arte em renda. O Festival de Artes de São Cristóvão é um dos eventos que mais fomenta essa prática na Cidade Mãe de Sergipe. Entre tantas iniciativas ao longo do ano pela Prefeitura, o Fasc é considerado o que gera maior retorno para os trabalhadores da cultura e para a economia local, devido ao seu alcance de público e visibilidade.
“O Fasc é muito importante na minha vida porque é o período do ano em que eu mais vendo. Depois da pandemia, ele se tornou minha principal fonte de renda. Eu passo o ano inteiro me preparando para esse momento, com expectativa e esperança de boas vendas. Como vivo do artesanato, o festival é a oportunidade que eu tenho de garantir meu sustento e continuar fazendo o que amo”, destaca Herilene.
A economia criativa está ligada diretamente com o desenvolvimento econômico da cidade. Durante os dias do festival, o fluxo turístico cresce consideravelmente e com isso há o aumento nas demandas por serviços e produtos locais. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho do município, Josenito Oliveira, o Fasc é fundamental para os artesãos, pois representa muito além de renda extra, mas oportunidades de negócios.
“Durante o evento, o grande fluxo de visitantes aumenta as vendas e garante uma renda adicional importante para as famílias. Além disso, o contato com outros artistas estimula o aperfeiçoamento das técnicas, a inovação e o fortalecimento da economia criativa local. O festival também dá visibilidade ao artesanato sancristovense, valorizando a cultura local e abrindo portas para novos mercados e parcerias”, pontuou o secretário.
Profissionais da costura, beleza e alimentação também têm sua demanda aquecida no período que antecede o Fasc. Um deles é Luciano Oliveira, cabeleireiro e proprietário do salão de beleza Studio Luciano Oliveira. Especialista em mechas e prestador de serviços de beleza há 16 anos, ele afirma que tem uma ligação muito forte com o festival de artes, um evento muito especial para ele e para toda a cidade.
“Antes, as épocas de maior movimento no salão eram o fim de ano e o São João, mas desde que o Fasc passou a fazer parte da rotina da cidade, isso mudou completamente. As clientes começaram a se programar antes, em outubro e novembro, porque querem estar prontas para o festival. Então, o Fasc trouxe um impacto econômico muito positivo, não só para mim, mas para todos os profissionais da área. A demanda aumentou bastante e isso é ótimo”, contou Luciano, que desde setembro está com a agenda lotada.
O cabeleireiro também destacou o quanto ele percebe que o festival movimenta toda a economia local: “Hoje, 90% das minhas clientes são da própria cidade. Elas fazem o cabelo comigo, compram roupa nas lojas daqui, e muitas dessas lojistas também são minhas clientes. É um ciclo bonito e sustentável, que mostra como o Fasc faz a economia de São Cristóvão girar dentro da própria cidade. Isso é maravilhoso”.
Com todas as expectativas voltadas ao ganho em diferentes setores econômicos, o festival se consolida como uma política pública impulsionadora da economia produtiva que fortalece os servidores autônomos. Na Cidade Mãe de Sergipe, a tradição, criatividade, pertencimento, história, cores e cultura se transformam em apenas um evento artístico: o Fasc; que se transformou em um motor de desenvolvimento econômico e social.
Fasc
Criado nos anos 1970, o Festival de Artes de São Cristóvão é um dos eventos culturais mais importantes do Nordeste, reunindo artistas locais e nacionais em diversas expressões artísticas. Após uma pausa em 2005, o festival voltou a ser realizado em 2017, reafirmando o protagonismo de São Cristóvão como um dos principais pólos de cultura do Brasil.
Com programação distribuída pelo Centro Histórico e por diferentes bairros da cidade, o Fasc proporciona uma experiência imersiva que envolve música, teatro, dança, literatura, artes visuais, cinema e outras manifestações, celebrando a rica identidade da quarta cidade mais antiga do país.
A iniciativa é apresentada pelo Ministério da Cultura, com realização da Prefeitura de São Cristóvão, por intermédio da Fundação Municipal do Patrimônio e da Cultura João Bebe Água (Fumpac) e do Encontro Sancristovense de Cultura Popular e Outras Artes (ESCOA); Governo do Estado de Sergipe, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e Governo do Brasil. O Festival conta ainda com patrocínio da CELI, Banco do Nordeste, Iguá Sergipe, Ecoparque Sergipe e CAIXA. O apoio fica por conta da SE – Sistema Engenharia, Colortex Tintas, Unir Locações e Serviços e Vitória Transportes.
Fotos: Heitor Xavier
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