Cerimônia marca início do projeto Ara Dudu, uma formação em educação afro-brasileira para professores da Rede Municipal de Ensino

Nesta terça-feira (21) foi realizada a Mesa de Abertura do Projeto Ara Dudu, uma iniciativa da Prefeitura de São Cristóvão, por meio das secretarias de Educação (Semed) e de Assistência Social (Semas), em parceria com o ponto de cultura Axé Ô, do terreiro de candomblé Oxogunladê, localizado no Caípe Velho.
Através da parceria serão ministradas três oficinas de quatro horas para os professores da Rede Municipal de Educação, que serão facilitadas por membros do terreiro e que vão tratar de aspectos da história e da cultura negra para preparar os docentes para lidar com questões raciais em sala de aula.

Reginaldo Flores, o babalaxé do terreiro, ressalta os impactos que o projeto pode ter na vida das pessoas:
“Estamos nesse projeto comprometido de discutir com os professores nossas vivências do ponto de vista educativo, como o conceito de educação permeia a nossa comunidade. Assim, a gente pode estar minimizando uma série de efeitos negativos e desafios que a própria educação, fora do terreiro, vem enfrentando, como bullying, racismo e outras formas de discriminação. O objetivo é minimizar esse tipo de efeito”, pontuou.

O prefeito Marcos Santana enfatizou o compromisso da gestão municipal com a promoção de políticas de combate ao racismo:
"A população de São Cristóvão é majoritariamente negra. Por isso, nós damos incentivo e liberdade para que nossas secretarias pensem e apliquem políticas de inclusão e igualdade, que façam com que o público, especialmente as crianças e adolescentes, tenham a expectativa de oportunidades a partir de uma educação libertadora das amarras de todo tipo de preconceito”.

Marcos Santana, prefeito
Sandra Sena, diretora de gualdade racial da Semas explica que conhecer a ancestralidade do povo negro é fundamental para avançar nas políticas públicas:
“Se as crianças não entendem qual a sua origem e a importância de se identificar como negro, a gente não consegue avançar nas políticas públicas. É preciso que as pessoas entendam que São Cristóvão foi criada a partir da mão de obra escravizada. Então, é preciso que as pessoas busquem as raízes da identidade de São Cristóvão, que foram apagadas”.

Sandra Sena, diretora de gualdade racial da Semas
Jeanne Marquise, diretora da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Prof. Dulcilene Texeira explica a importância de discutir a história das pessoas negras sobre uma perspectiva que não se limite à escravização:
“É importante que a história do povo negro seja ensinada nas escolas e não somente o que os livros didáticos vêm mostrando, a parte cruel, a escravização, que todo mundo já sabe. Nossa cultura negra deve ser explorada de forma que transmita a todo o povo negro as suas potencialidades e o seu pertencimento”.

Jeanne Marquise, diretora da Emei Prof. Dulcilene Texeira

A secretária de educação, Deise Barroso pontua que projetos como esse são necessários para combater o racismo, que persiste na sociedade:
“É preciso entender que os negros foram nefligenciados por muitos anos. A sociedade necessita conhecer a história do povo negro e os desafios enfrentados, porque ainda há quem negue o racismo, a importância das cotas raciais e das políticas afirmativas, por isso, esse projeto é fundamental”, ressaltou.


Fotos: Dani Santos.
Recentes
Notícias recentes de Assistência

Inscrições para eleição das Organizações da Sociedade Civil para o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente iniciam dia 03 de fevereiro
Casa de Costura Dona Zil forma nova turma em curso de bordados e reforça compromisso com qualificação profissional
