Representantes da produção rural e artesanal de São Cristóvão participam da 1ª Feira Sergipana da Agricultura Familiar e Economia Solidária

Entre os dias 5 e 7 de dezembro, a 1ª Feira Sergipana da Agricultura Familiar e Economia Solidária reunirá produtores rurais e artesãos de diversos municípios sergipanos para comercializar seus produtos e estimular a renda no estado. A iniciativa, que acontece na praça Jornalista Orlando Dantas, no bairro aracajuano Augusto Franco, apresentará 10 comerciantes do município de São Cristóvão, para expor e vender materiais como doces típicos, biscoitos, biojoias, peças de crochê, queijos, vinhos, e outras iguarias especiais da cultura sancristovense.
O espaço continua disponível para visitação das 12 às 20 horas, com o objetivo de trazer reconhecimento e incentivar a circulação de renda para agricultores familiares e empreendedores da economia solidária de Sergipe. A feira é organizada pelo governo estadual, integrando o Circuito de Feira da Agricultura Familiar da Câmara Temática, promovido pelo Consórcio Nordeste com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

Segundo a coordenadora estadual e da executiva do Fórum Estadual e Brasileiro da Economia Solidária, Cláudia Pereira, um evento do mesmo tipo está sendo realizado em cada estado do Nordeste, promovendo tudo que move a economia solidária, seja artesanato, culinária, agricultura orgânica, agricultura familiar, produção de doces ou saberes culturais.
“Essa é a primeira edição aberta nesse formato, mas esperamos que seja apenas o começo de muitas outras. A economia solidária valoriza o saber popular aliado ao conhecimento técnico, promovendo sustentabilidade e bem-estar, acima do lucro pelo lucro. É um modelo que respeita as pessoas e a natureza, organizando e transformando o mundo do trabalho de forma mais justa e colaborativa”, reforçou a coordenadora.

A economia solidária tem ganhado ainda mais força no Brasil, principalmente com a aprovação do marco legal que cria diretrizes nacionais, o fundo de economia solidária e os bancos sociais. O projeto de Lei 6606/19, engavetado por 12 anos, foi aprovado em novembro pela Câmara Federal e será sancionado em breve para trazer avanços nas políticas públicas voltadas à economia popular.

Para Josenito Oliveira, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho de São Cristóvão, a iniciativa da feira é de grande importância para fomentar o trabalho e estimular a remuneração dos produtores, especialmente dos pequenos empreendedores, agricultores familiares e artesãos, pois valoriza aqueles que utilizam seu conhecimento e habilidades para gerar renda e sustento.
“A feira é uma excelente oportunidade, uma verdadeira vitrine para que esses profissionais possam expor e comercializar seus produtos, além de abrir caminhos para novas possibilidades de geração de renda”, reafirma o secretário.

Fomento à produção local

Uma das expositoras de São Cristóvão foi Maria de Fátima Sousa, integrante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Cristóvão, artesã e rezadeira. Para ela, como artesã e agricultora, esse evento é essencial para o fortalecimento de seu trabalho, por ser uma forma de ampliar seu público e, ainda, oportunizar a formação sobre temas como sustentabilidade, clima e segurança alimentar, que são fundamentais em sua produção.
“Tenho uma grande preocupação com a qualidade do que produzo, priorizando produtos naturais, oriundos da agricultura familiar, sem o uso de agrotóxicos. Sempre separo as folhas danificadas, seco em temperatura adequada, longe do sol, e embalo com cuidado para garantir que tudo chegue com qualidade à mesa da comunidade. Com 27 anos de experiência em fitoterapia e uma relação espiritual de respeito à terra, sempre peço permissão e cuido do que produzo”, garantiu a produtora.

Integrante da Associação de Pequenos Produtores Rurais do Acampamento da Cabrita, Tânia, conhecida como dona Santaninha, realçou que a oportunidade de expor os doces produzidos no povoado é maravilhosa e essa visibilidade pode mudar a vida de muita gente.
“Nossa luta é antiga. Eu já passei por muita coisa, venho me arrastando, mas boto as meninas na frente e seguimos. Tem as outras meninas também, que eram da cooperativa e continuam na luta com a gente. A expectativa para esse fim de semana é a melhor possível”, afirmou.

Representando a Casa dos Saberes e Fazeres de São Cristóvão, Maria do Carmo Santos é produtora de biojoias e passou a criar acessórios a partir da percepção que as marisqueiras da região jogavam fora os cascos dos frutos do mar que utilizavam para a alimentação, o que poderia ser um material reutilizado.
“Comecei fazendo chaveiros e depois fui ampliando para colares pequenos. Mais tarde, decidi testar algo diferente e fiz cortinas, luminárias, sandálias e vários trabalhos manuais. Esse novo ofício transformou minha vida e também é uma forma de representar minha cidade, São Cristóvão, por meio da arte e da criatividade”, contou a artesã.


A visitante Natália Leite, técnica de segurança no trabalho e moradora do Augusto Franco, ficou encantada com a gama de produtos apresentados, reforçando a importância de mostrar para a comunidade o que se tem no estado, como o artesanato e a culinária local. “Preservar e cultivar essa herança é fundamental, porque ela carrega uma essência única que precisa ser valorizada e passada adiante. Isso reforça a importância de nossa cultura, mostrando como ela é rica e essencial para todos”, enfatizou.

Fotos: Dani Santos
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