Junho Laranja: Confira como evitar queimaduras com fogos e fogueiras nos festejos juninos
Fogos de artifício e fogueiras são símbolos tradicionais das festas juninas, sendo muito utilizados no mês de junho, principalmente no nordeste. Contudo, a falta dos devidos cuidados com seu manuseio pode levar ao aumento dos casos de queimaduras nesse período. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Queimaduras promove há três anos a campanha de Junho Laranja, como prevenção a esse tipo de acidente. Portanto, é essencial conhecer os principais cuidados necessários para se proteger do perigo do fogo.
Em junho deste ano, já houve um aumento de 53% nos atendimentos de queimaduras no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), localizado em Aracaju. Segundo Simone Barreto, gerente da Rede de Atenção às Urgências do município, a Unidade de Urgência 24h de São Cristóvão não notificou pacientes com queimaduras neste mês, mas os casos de queimaduras geralmente são encaminhados para o Huse, que é a referência para queimados no estado.
“Caso haja um episódio de queimadura, o indivíduo pode se dirigir à Unidade de Urgência 24h de São Cristóvão, mas, em casos graves, o paciente passa por uma regulação e é dirigido ao Huse. Nos casos de queimaduras superficiais, é possível receber o atendimento para fazer o curativo”, explica.
Simone Barreto, gerente da Rede de Atenção às Urgências de São Cristóvão
Como evitar acidentes
A melhor forma de cuidar da população é tomando as devidas precauções para evitar acidentes ao acender fogueiras e fogos de artifício. A começar pela escolha do local onde esses materiais serão manuseados, que deve ser ao ar livre, amplo, sem vegetação, longe da fiação elétrica e sem presença de produtos inflamáveis. Evitar asilos e unidades hospitalares também é essencial para proteger a população da fumaça propagada.
Utilizar álcool líquido para acender a fogueira é outro risco que deve ser evitado, em qualquer circunstância, bem como a gasolina, que usada em excesso pode resultar em explosões. O álcool é a causa de até 45% dos acidentes com queimaduras resultantes de fogueiras, que, quando acesas de maneira segura, não devem ultrapassar 1,5 metros de altura. Ingerir bebidas alcoólicas enquanto acende a fogueira ou solta fogos de artifício também não é recomendado.
Outro cuidado importante é observar de perto as crianças presentes no local, para que não se aproximem das fogueiras e não brinquem com fogos de artifício sem supervisão e ajuda de um adulto experiente e conhecedor das recomendações de segurança. Além disso, líquidos quentes, como quentão e vinho quente, podem danificar a pele. Então, adultos devem evitar segurar crianças, dançar ou brincar com copos na mão.
E depois da queimadura, o que fazer?
Se, mesmo assim, ocorrer algum acidente, o indivíduo deve ir até o posto de atendimento mais próximo, ou ligar diretamente para o SAMU (192) ou para os bombeiros (193), solicitando socorro imediato.
Mesmo que seja uma queimadura pequena e superficial, é essencial que seja tratada com a supervisão de um profissional de saúde indicado para cuidar dessas lesões. Assim, será identificado o grau da lesão e o tratamento correto para sua magnitude.
Queimaduras de primeiro grau são as mais superficiais, causando dor e vermelhidão na pele. As de segundo grau se aprofundam mais, resultando numa maior gravidade, com dor intensa e formação de bolhas. Já as de terceiro grau destroem completamente a derme, o que as tornam as mais graves.
Como cuidado antes do atendimento, jamais se deve usar produtos caseiros, mas sim lavar o local da queimadura com água corrente em temperatura ambiente para resfriar a área. “Evite colocar qualquer coisa na queimadura, como pomadas, manteiga, óleo ou creme dental”, volta a explicar a coordenadora Simone Barreto. Nos casos em que a roupa é queimada junto com a pele, não é recomendado tirar a roupa, e sim deixá-la úmida.
Tradição
De acordo com a crença católica, a tradição da fogueira nos festejos juninos surgiu da história entre as primas Isabel e Maria. Isabel, segundo relatos bíblicos, não podia ter filhos e tinha uma idade avançada. Entretanto, ela conseguiu engravidar e disse a Maria, futura mãe de Jesus, que a comunicaria sobre o nascimento do seu filho João Batista acendendo uma grande fogueira. Assim, passou-se a ser comemorado o nascimento de São João, na virada do dia 23 para o dia 24 de junho.
Por outro lado, é um consenso entre diversos historiadores que as festas juninas têm origens diretamente relacionadas a festas pagãs europeias, que ocorriam na passagem da primavera para o verão, com o intuito de afastar maus espíritos e pragas para que a colheita fosse bem sucedida, mesmo objetivo de usar os fogos de artifício. Com a ascensão do Cristianismo, o festejo foi incorporado ao calendário festivo do catolicismo.
Em diferentes crenças, a fogueira se consolidou milenarmente como um símbolo dos festejos juninos, e, para a população, é sinônimo de celebração. Por isso, seguir os cuidados corretos ao acendê-la e a brincar com fogos de artifício é imprescindível para que os festejos juninos sejam só alegria para a comunidade.
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