Curso de corte e costura oferece formação profissional para a população de São Cristóvão e fortalece a economia local

Nesta terça-feira (29), a Casa da Costura Dona Zil concluiu mais um curso de formação, desta vez com duas turmas de corte e costura avançados. Foram 40 pessoas formadas, divididas entre os turnos da manhã e da tarde, sendo maioria mulheres, reunidas de segunda à quinta-feira. As aulas foram ministradas em parceria com o Senac - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial e contabilizam a carga horária de 80 horas cursadas.

No curso, foi ensinado o processo de tiragem de medidas, assim como o manuseio correto da fita métrica e a modelagem no papel. A etapa seguinte consistiu em transpor essas modelagens para o tecido, preparando as alunas para o corte e a costura. Durante as instruções, as participantes também tiveram seu primeiro contato com as máquinas de costura, sendo introduzidas diretamente a máquinas industriais, o que traz um diferencial para sua prática profissional.

A professora do curso pelo Senac, Maria Gorete Rodrigues, explicou que apesar de ser um curso mais avançado, muitas inscritas não tinham contato prévio com a costura, e acabaram aprendendo também etapas iniciais do processo, o que foi um desafio no começo, mas acabou se tornando uma surpresa positiva com o resultado entregue ao final.
“Para mim, foi surpreendente o desenvolvimento delas. O interesse e compromisso que demonstraram foram impressionantes. Eu já tive cursos em que os alunos começavam e terminavam ainda com medo da máquina, mas isso não aconteceu aqui. Então, vale a pena investir em pessoas como as dessa turma”, afirmou a ministrante.

Enquanto dispositivo da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), a Casa da Costura também ofertou transporte gratuito para as alunas que moram na região do grande Rosa Elze, para facilitar a chegada até o espaço no Centro Histórico. A diretora de programas especiais da Semas, Verônica Nunes, pontuou que o principal objetivo da oferta do curso é a geração de renda, pois por meio dele os participantes aprendem habilidades que permitem confeccionar peças, realizar pequenos reparos e, assim, iniciar uma fonte de renda. Além de costurar, elas aprendem a fazer a manutenção e preparação das máquinas, entre outras coisas como a precificação das peças costuradas.

“As participantes são moradoras do município, incluindo tanto a sede quanto a região do Grande Rosa Elze. No curso da manhã, a Semas oferece um diferencial: um ônibus gratuito que busca e leva as alunas. Elas entram às oito e saem ao meio-dia, com o ponto de partida no bairro Eduardo Gomes. O público majoritário é feminino, com apenas um homem na turma da tarde. Para participar, é preciso ser residente do município, ter ensino fundamental incompleto e ter idade a partir de 18 anos, sem limite máximo”, ressaltou.

A Casa da Costura Dona Zil realiza regularmente cursos, tanto básicos quanto avançados, de corte, costura, crochê, bordado e diversas técnicas de trabalho com tecidos para a comunidade sancristovense. O curso em questão foi iniciado em setembro e, após mais um mês de aulas recorrentes, teve um resultado produtivo. A primeira dama de São Cristóvão e responsável pela Casa da Costura Dona Zil, Sandra Santana, parabenizou a turma pela conclusão da formação, que, para ela, representa um passo importante para a vida e o futuro dessas mulheres.

“É muito importante pensar em como elas vão aplicar tudo o que aprenderam aqui no dia a dia, na vida familiar e pessoal. A capacitação não só ensina técnicas, mas promove mudanças profundas na vida dessas mulheres. Esperamos que, a partir de agora, cada uma delas continue buscando mais espaço e oportunidades para crescer cada vez mais”, enfatizou.

Mulheres beneficiadas
A aluna Márcia Cruz reforçou que aprender a costurar no curso foi muito especial para ela, pois chegou em um momento que ela precisava de algo diferente. Agora, ela já sabe usar a máquina de costura e tem segurança em manuseá-la para fazer suas próprias peças e produzir para outras pessoas.
“É um curso muito bom. Ele abre muitas possibilidades, inclusive de ensinar outras pessoas. Também pode ajudar quem está passando por um momento delicado na vida, pois permite uma distração produtiva com a máquina, fazendo as costuras e projetando um futuro. Eu pretendo continuar costurando. Inclusive, já tenho o apoio da minha mãe, que ficou muito feliz em saber que saí da minha zona de conforto e busquei crescer na área profissional”, destacou.

Lisângela Sales fez outros cursos na casa e, segundo ela, o início traz uma expectativa de dificuldade, mas, quando começa a praticar, percebe que na dificuldade não era nada, sendo muito gratificante ver a peça pronta. “Eu já fiz o de crochê e o de amigurumi aqui, depois, comecei a comercializar. Faço crochê e vendo na lojinha da Casa da Costura. Também fiz o de fio de malha, que tem algumas semelhanças, mas é diferente. Com esse curso de malha, comecei a fazer peças para vender”, afirmou.

Outra participante da turma que já está monetizando com os ensinamentos adquiridos no curso é Maria do Carmo Santos, que, vestida nas peças que ela mesma fez, relatou ser muito gratificante poder gerar renda através desse trabalho. Ela tinha a máquina de costura e, com o aperfeiçoamento, passou a se dedicar e colocar o conhecimento em prática.
“As pessoas sabem que estou fazendo o curso e já estão trazendo algumas peças para eu costurar. Assim, estou conseguindo ganhar um dinheirinho, o que é muito bom. Eu só tenho a agradecer! Este curso foi muito importante para mim, e pretendo me aperfeiçoar cada vez mais. Sempre que tiverem mais cursos, quero fazer, para que o aprendizado seja ainda maior”, comemorou a aluna.


Fotos: Heitor Xavier
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