Por meio de parcerias com projetos de empresas privadas, a Casa da Costura Dona Zil desenvolve um trabalho de reaproveitamento de materiais têxteis descartados, que são recondicionados pelas costureiras e artesãs e transformados em novas peças. A instituição – equipamento da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) - confecciona colchas, lençóis, tapetes, fronhas e toalhas, que são doados a casas de acolhimento do município, unindo propósito ambiental e social.

De acordo com Sandra Rodrigues, responsável pela Casa da Costura, a equipe realiza visitas e busca apoio de empresas e instituições parceiras para obter doações de roupas, fardamentos usados e materiais plásticos. Esses itens são higienizados, descosturados, passados e preparados para o reaproveitamento, processo que reduz custos e possibilita a criação de novas peças, como roupas, tapetes e bolsas. Segundo ela, trata-se de um trabalho cuidadoso que dá nova vida aos materiais, transformando-os em produtos criativos.

“Esses produtos retornam à comunidade, especialmente às pessoas em situação de vulnerabilidade. Um exemplo foi a doação de 30 fardamentos para carroceiros, confeccionados com esse material reaproveitado, feitos com muito cuidado e acabamento. Dessa forma, conseguimos unir sustentabilidade, criatividade e solidariedade em um mesmo trabalho”, destacou.

Entre as atuais parcerias que fornecem os materiais reaproveitados pela Casa da Costura está a empresa Mardisa, que, por meio do projeto Farda Amor, faz frequentes doações de fardamentos usados para servirem como matéria-prima às costureiras, como na última semana, que entregou 362 itens de farda, entre calças e camisas. Além da Mardisa, a Deso, o Paulistão das Malhas e o projeto Mamíferos Aquáticos também dialogam e trocam materiais com o equipamento.

“Esse projeto tem uma importância socioambiental no contexto em que os materiais que seriam descartados são reaproveitados. E aí, muito provavelmente, a Casa da Costura faz produtos para vender no Festival de Artes (Fasc) e gerar renda para as próprias costureiras e artesãs do município de São Cristóvão”, realçou Léia Cruz, coordenadora de qualidade da Mardisa.

Em agradecimento à colaboração, recentemente as artesãs da Casa desenvolveram um painel com bordados detalhados dos principais pontos turísticos da cidade, destacando o nome da empresa como um elo de renovação para a comunidade.

A coordenadora de Inclusão Produtiva e Geração de Renda da Semas, Leônia Silva, reforçou que o trabalho é desenvolvido tanto no dia a dia das costureiras quanto nas oficinas de costura criativa, onde são ensinadas técnicas de desmanche de materiais, corte e reaproveitamento de tecidos. “Assim, cada peça confeccionada carrega não só cuidado e técnica, mas também o sentido de transformar doações em oportunidades e solidariedade. Aproveito para fazer um chamado a novos parceiros, para que possam contribuir com fardas, lonas ou qualquer material que desejem doar, ajudando a gerar renda”, reforçou.

Para a costureira Edna Paes, que participa da confecção com materiais reutilizados, esse trabalho é motivo de muita alegria: “Sempre gostei de artesanato, e considero uma arte ver os retalhos se transformarem em peças bonitas e úteis. É gratificante poder contribuir com o próximo. Participei também dos cursos oferecidos aqui. Nunca tinha bordado antes, mas na primeira oficina já fiz um bordado com a foto da minha mãe e gostei muito. Depois aprendi crochê, com as próprias colegas ensinando. Cada aprendizado novo me motiva ainda mais. Hoje posso dizer que estou feliz, aproveitando cada oportunidade que aparece”, celebrou.