Aulas de Educação Patrimonial estimulam alunos do Ensino Fundamental público a conhecerem e preservarem o patrimônio histórico de São Cristóvão

Como a quarta cidade mais antiga do Brasil e patrimônio mundial da Unesco, a Cidade Mãe de Sergipe precisa que os jovens conheçam, valorizem e defendam a riqueza de sua história. Para isso, a Prefeitura de São Cristóvão implantou a Educação Patrimonial nas aulas do Ensino Fundamental, um assunto presente em todas as escolas municipais, ensinado do 6º ao 9º ano. As aulas acontecem uma vez por semana e integram as disciplinas de História, Geografia e Arte.
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O programa de Educação Patrimonial nas escolas municipais foi instituído pela lei nº 072/2007, com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre o patrimônio cultural e natural de São Cristóvão, além de fortalecer o vínculo e o pertencimento dos estudantes com sua própria cidade, construindo o sentimento de orgulho nas gerações mais jovens. Segundo a secretária municipal de Educação, Deise Barroso, a disseminação dessas informações impacta a vivência dos estudantes de forma transformadora, pois passam a compreender os monumentos, igrejas seculares e casarões históricos que os cercam em sua verdadeira riqueza cultural.
“Ao trabalhar o patrimônio cultural em sala de aula, despertamos nos alunos um olhar mais sensível e consciente sobre a história local. Eles passam a reconhecer que aqueles espaços não são apenas “velhos” ou “antigos”, mas sim testemunhos vivos do passado, que contam a trajetória do nosso povo, das tradições e das lutas que moldaram a cidade de São Cristóvão”, afirmou.

Livros paradidáticos personalizados
Para enriquecer ainda mais esse aprendizado, a Prefeitura desenvolveu livros paradidáticos que apresentam para os estudantes detalhes importantes sobre a história, arquitetura e cultura de São Cristóvão. Com o investimento de R$253 mil para a elaboração e distribuição de 2 mil exemplares, os livros “Detetives da Cultura”, trabalhado nos 6º e 7º anos, e “Dandara e o Mistério da Memória”, mostrado nos 8º e 9º anos, foram escritos pelos autores sergipanos Geane Aguiar e André Comanche, respectivamente. As obras contam com uma linguagem acessível, ilustrações realistas, e estimulam o amor pela cidade, ajudando a formar os protetores do patrimônio.
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De acordo com Rosylayne Leite, coordenadora dos anos finais da Semed, os livros têm sido trabalhados principalmente pelo caminho do pertencimento, uma vez que, quando os estudantes se reconhecem no espaço em que vivem e desenvolvem a ligação com o lugar como parte de sua identidade, passam a valorizá-lo e cuidar mais dele. Ela teve esse contato através de histórias que passaram por gerações de sua família, desde seus bisavós, mas os conteúdos ganham uma nova amplitude quando sistematizados e propagados em integração com outros conhecimentos.
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“Com projetos de educação patrimonial, conseguimos fazer com que os alunos compreendam que o patrimônio cultural é deles também. Eles começam a olhar para São Cristóvão com outros olhos. Percebem que moram numa cidade que tem uma história importante, que é a quarta mais antiga do país, e dizem: ‘Caramba! A minha cidade é muito importante para o cenário nacional!’. É emocionante ver isso nas crianças. Porque é assim, desde cedo, que começamos a construir esse sentimento de valorização”, evidenciou.
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Projetos interdisciplinares
O programa de Educação Patrimonial conta com um planejamento geral articulado com a rede municipal de ensino, alinhado à grade de conteúdos obrigatórios. No entanto, cada escola tem liberdade para desenvolver suas próprias ações pedagógicas, adaptando o projeto à realidade de seus alunos. Isso permite que os conteúdos sejam trabalhados de forma contextualizada, respeitando as especificidades de cada turma e a forma como os professores podem incorporá-los em seus planos de aula.

Um exemplo disso é o projeto interdisciplinar desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) São Cristóvão, localizada no Centro Histórico da cidade. Intitulado “Um Olhar sobre o Meu Patrimônio”, o projeto é colocado em prática junto aos alunos e professores envolvidos com as disciplinas em que a Educação Patrimonial é aplicada.
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A professora Fernanda Kolman, que ministra as aulas de Artes e Educação Patrimonial na escola, explicou que foram realizadas oficinas de fotografia com a fotógrafa Iza Foz, convidada por ela para registrar, com o olhar dos alunos e a câmera dos seus celulares, o patrimônio cultural de São Cristóvão. Os professores também exploraram outras linguagens, como pintura e desenho, e, ao decorrer do ano letivo, ainda será realizado um mini documentário feito pelos próprios estudantes.

“Essa iniciativa visa proporcionar aos nossos alunos um olhar diferenciado sobre a cidade. Queremos que eles se sintam verdadeiramente pertencentes a esse patrimônio tão rico, entendendo o valor de viver em uma cidade como São Cristóvão, a quarta mais antiga do país e que abriga um bem reconhecido pela Unesco, que é a Praça São Francisco”, destacou.
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O aluno Eliel Santos, de 11 anos, contou que a professora levou sua turma para as praças históricas e pediu que desenhassem um lugar de sua preferência. Ele escolheu o prédio da Secretaria Municipal de Saúde para representar em seu desenho, que fez in loco observando o local. “Eu moro aqui desde os seis anos e foi a escola que mais me ajudou a conhecer melhor esses lugares. Eu já tinha ido até a praça, mas não com esse olhar. Eu acho tudo muito bonito, gosto muito das coisas históricas. E fico feliz de saber que moro na quarta cidade mais antiga do Brasil!”, detalhou.
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Jamile Barbosa, estudante da EMEF São Cristóvão, também gostou de aprender mais sobre sua cidade. “Quando chego em casa, conto pra minha família, e eles dizem que é muito interessante, que vai me levar pra um futuro melhor. Eles falam que eu posso ser a primeira da família a me formar”, espera Jamile, com a esperança de cuidar do futuro de sua família, assim como de sua cidade.


Fotos: Heitor Xavier
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