SMS implementa arte e educação em saúde na capacitação do Comitê Estadual de Combate à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal

Nesta quarta-feira (06), a Secretaria Municipal de Saúde de São Cristóvão (SMS) atuou na oficina de capacitação do Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Sergipe (CEPMMIF), que foi realizada no Ministério da Saúde, em Aracaju. Na ocasião, a Coordenação de Educação em Saúde da SMS apresentou uma ação artística e educativa para conscientização sobre violências à mulher durante o planejamento familiar. Além da ação, as Coordenações de Saúde da Mulher e Atenção Psicossocial também representaram o município.
Pensando em acolher o público e construir uma esfera de imersão no tema das discussões, o multiartista Ewertton Nunes, que integra o núcleo de Educação em Saúde do município, iniciou a ação cantando a música “A natureza das coisas”, de Flávio José. Em seguida, convidou a coordenadora da Atenção Psicossocial do município, Stefanie Vieira, para se unir a ele em uma apresentação teatral educativa, mostrando a importância de se informar sobre métodos preservativos.
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Para Evertton, dentro do processo de Educação em Saúde, a arte e a ludicidade são as melhores formas de educar, comunicar e deixar aprendizados significativos para mudar as práticas e fazer com que o público se conscientize.
“A ideia foi fazer algo bem humorado. Usamos esquetes que falam sobre o planejamento da gravidez e como você pode fazer um processo de reprodução realmente programado. Muitas mulheres não planejam, acaba acontecendo. Então, as esquetes falam sobre o uso de anticoncepcionais e sobre a organização familiar, a corresponsabilização do homem nesse papel, na decisão do projeto de vida que é a construção de um de uma família. Que seja tudo de acordo entre o homem e a mulher, com todos compartilhando as mesmas responsabilidades”, explica.

Ewertton Nunes, artista e membro da coordenação de Educação em Saúde da SMS
Stefanie Vieira, além de coordenadora da Atenção Psicossocial, também é membro do Comitê Intersetorial de Combate às Violências em São Cristóvão. Ela ressalta que “uma dessas violências é a materno-infantil e é importante apresentar as possibilidades de atuação que o município tem desenvolvido, como ações de prevenção e promoção à essa linha de cuidado”.

Stefanie Vieira, coordenadora da Atenção Psicossocial de São Cristóvão
O dia 06 de dezembro é marcado pela campanha “Laço Branco”, voltada para celebrar o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A oficina de capacitação ao comitê estadual também faz referência à data, e contou com a distribuição de laços por essa luta, bem como palestras de mulheres profissionais da saúde e envolvidas no movimento de proteção da mulher.
Maria Helena Andrade, coordenadora da Saúde da Mulher em São Cristóvão, reforça que São Cristóvão integra o comitê de combate à mortalidade infantil do estado, que vem desde o início do ano engajando os municípios em discussões para fortalecer sua implantação.
“É muito importante ter essa parceria entre estado e município, porque não é só uma questão de vigilância do óbito, mas também fazer análise, entender como é que tá acontecendo essas mortes, para se evitar e buscar compreender também o lado dos profissionais que passaram nove meses acompanhando essa gestante e, às vezes, aconteceu de ter um desfecho negativo. Abordamos assuntos como pré-natal e puerpério e hoje trabalhamos a parte do planejamento sexual e reprodutivo, e as questões das violências, porque a violência não é só física. A partir que você não quer, por exemplo, ter um filho e ser parceiro impõe que você tenha, também se trata de uma violência”, explica a coordenadora.

Maria Helena Andrade, coordenadora da Saúde da Mulher em São Cristóvão
Priscila Batista, médica sanitarista e presidenta do Comitê Estadual de Prevenção e Qualidade Materna, conta que a oficina foi uma ação de qualificação dos membros do comitê, que tem um papel também de trazer pautas para discussão relacionadas às questões maternas e infantis que resultam em óbito ou que simplesmente interfira na qualidade do cuidado.
“Estamos em um período alusivo ao combate às violências contra mulheres e entendemos a importância de trazer a interface entre as violências que existem contra mulheres e o trabalho que o comitê vem desenvolvendo. Abordamos tipos de violência contra mulheres, que englobam a violência obstétrica e a violência sexual, que pode resultar em gestação. Entendemos que era importante aprofundar esse debate com os membros do comitê e com a sociedade de uma maneira geral. Então, por isso, não foi um evento fechado para os membros, mas também para toda a comunidade”, afirma a médica.

Priscila Batista, médica sanitarista e presidenta do Comitê Estadual de Prevenção e Qualidade Materna
O CEPMMIF é um componente da vigilância epidemiológica do estado e, em 2023, a equipe da Secretaria Estadual de Saúde de Sergipe (SES) percebeu que alguns tipos de violência precisavam ter um destaque maior, como a discussão de caminhos de evitabilidade do óbito materno, infantil e fetal. Por isso, o comitê foi criado para dialogar sobre violências contra a mulher, como a violência sexual e obstétrica.
Ana Beatriz Lira, gerente dos Sistemas de Informação e Análise Epidemiológica da SES, destacou que a participação da população civil nesse debate é essencial: “A saúde sexual reprodutiva tem a mulher como uma das principais vítimas e é ela que precisa dizer qual a sua hora correta para engravidar ou não. Se discutimos isso com as mulheres, elas acabam se preparando mais. Entendemos que o caminho da prevenção da mortalidade materna era antecipar essa gravidez, se preparar para essa gravidez. Então, falar sobre saúde sexual reprodutiva é importante para ter uma gravidez com mais saúde e evitar as mortes maternas”.

Ana Beatriz Lira, gerente dos Sistemas de Informação e Análise Epidemiológica da SES
Fotos: Clara Dias
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