Seminário de Culturas Populares discute o Enraizamento Cultural em São Cristóvão
A Prefeitura de São Cristóvão, por meio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fumctur), em parceria com a Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), realizou a 6ª edição do Seminário de Culturas Populares, que este ano teve como tema: “Enraizamento Cultural: salvaguarda da identidade em um mundo de constante mudança”.
O encontro aconteceu no dia 28 de agosto, no convento São Francisco e na Igreja Rosário dos Homens Pretos, reunindo estudantes da rede municipal, professores e membros da sociedade civil. Segundo Maria Glória, diretora da Casa das Culturas Populares, ”é de suma importância que este encontro fique na memória das pessoas e que possamos continuar salvaguardando nossa identidade cultural, que muitas vezes esquecemos, por isso este seminário, com professores, pesquisadores e mestres, nos leva à conclusão de que precisamos manter o que vem se perdendo ao longo do tempo, inclusive com a ajuda da tecnologia”, explicou.
A abertura oficial da programação foi conduzida pelo professor Dartagnan Abdias Silva, seguida da palestra do mestre em Culturas Populares, Luã Carvalho, indígena Kariri Xocó, que abordou o tema: “A importância do enraizamento cultural na sociedade contemporânea”. Para Luã, “estar em São Cristóvão é sempre sentir a força daqueles que viveram nesta terra. Sentir essa ancestralidade através dos jovens aqui presentes me nutre para que possamos compartilhar essas experiências. Falar de culturas populares é falar dessa força e dessa resistência, afinal, a gente vive para lutar, e isso nos fortalece”, ressaltou.
Luis Américo Silva Bonfim, professor do Departamento de Artes Visuais e Design da UFS e um dos palestrantes do seminário, discutiu a temática “Preservação da Identidade Cultural: Desafios e Estratégias”, ressaltando a importância de fortalecer laços entre a universidade e a comunidade local. “Essa é uma parceria antiga que temos com a comunidade sancristovense. Todos os nossos projetos buscam se aproximar do município onde a universidade está instalada, realizando mobilizações nas escolas e abordando temas como diversidade e memória, especialmente a memória sonora da cultura popular, que é o foco do meu projeto. Hoje, tive a oportunidade de apresentar ao público sobre como eles podem participar desse projeto, produzindo suas memórias sobre a sonoridade construída aqui, pela própria comunidade”, disse.
Reforçando a necessidade de preservar a cultura local, a programação continuou no período da tarde com uma mesa-redonda realizada na Igreja do Rosário dos Homens Pretos. O evento foi encerrado com a abertura da exposição “Mosaico Memorial dos Mestres e Mestras da Cultura Popular de São Cristóvão: Salvaguardando o Patrimônio Imaterial dos Precursores e Mantenedores da Cultura Sancristovense”, na Casa das Culturas Populares.
Público participante
Ana Cláudia, mestre da chegança e filha do mestre Chico Quirino, destaca a importância de transmitir a tradição da Chegança para as novas gerações, garantindo que a cultura continue viva mesmo quando os mais velhos já não puderem liderar. “Meu pai era um dos mestres da Chegança, e eu o acompanhei. Comecei com nove anos. Eu acho que essa juventude também merece ter essa oportunidade, por isso coloquei meus dois filhos na Chegança para que a tradição não morra e para que eles possam levar isso adiante”, afirmou.
Dênio Azevedo, servidor do Escritório do Ministério da Cultura em Sergipe (MinC), enfatizou a importância de levar esse tema para a educação no ensino fundamental e médio, já que esses estudantes serão formadores de opinião e ajudarão a disseminar essas informações. “São Cristóvão é um verdadeiro celeiro de culturas populares, com uma rica diversidade tanto na sede quanto nos povoados, logo, é fundamental lutar pela preservação dessas práticas, que representam a resistência e a identidade do povo sergipano”, destacou.
Flávia Elizabete, estudante do 8° ano da Emef Gina Franco definiu sua participação neste seminário como uma experiência enriquecedora. “A discussão sobre o enraizamento cultural me fez refletir sobre como nossas raízes influenciam a nossa identidade e servem para manter viva a memória dos nossos antepassados. Vou sair daqui mais consciente da importância de valorizar as culturas populares e da necessidade de lutar pela sua preservação”, avaliou.
Quem também esteve presente a aproveitou cada palestra para refletir sobre preservação cultural foi a estudante do 6° ano da Emef Gina Franco, Maria Clara Santos Rocha. "Eu fiquei muito feliz com as apresentações e debates deste seminário. Aprendi muito sobre o que precisa ser protegido, principalmente por nós, que somos as futuras gerações”, concluiu.
Fotos: Heitor Xavier
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