Sancristovenses se unem para confecção dos tapetes de Corpus Christi

Muita fé, tradição, arte e união marcaram uma das celebrações mais importantes em São Cristóvão na última quinta-feira (16): a confecção dos tapetes de Corpus Christi. Centenas de pessoas se espalharam pelas ruas estreitas do Centro Histórico para ajudar no trabalho que iniciou ainda na madrugada e se estendeu até a tarde. Crianças, jovens, adultos, idosos se juntaram para manutenção da tradição secular, que por conta da pandemia da Covid-19 havia sido reduzida nos últimos dois anos.
Foram 1200m de tapetes confeccionados com derivados de madeira inutilizável, como maravalha e pó de serra, além do sal grosso, pó de café, cascos de sururu e massunim, anilinas e pó xadrez. Literalmente construídos pelas mãos dos colaboradores que decoraram nove ruas da cidade histórica, os tapetes foram ilustrados com vários símbolos que representam temas importantes e urgentes na sociedade, como sustentabilidade, energias renováveis, educação, meio ambiente, redução das desigualdades, além do símbolo da Unesco e dos desenhos, que vão ocorrendo de acordo com a criatividade dos colaboradores.

Para auxiliar na confecção, a Prefeitura de São Cristóvão disponibiliza todo apoio logístico necessário, além de colaborar com a aquisição de alguns dos materiais utilizados. O coordenador de turismo da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fumctur), Diego Souza, o Dia de Corpus Christi com a confecção dos tapetes integra o calendário de eventos do município, sendo uma das mais importantes celebrações de cunho religioso do estado. “Esse é um dos eventos que, além de mobilizar a comunidade, também atrai visitantes para nossa cidade, que vem para conhecer a tradição dos tapetes. É algo que existe em poucos locais do país nesta dimensão, por isso sempre mobiliza os fiéis e a comunidade em geral para participar”, apontou.

Responsável pela organização, Vânia Correia destaca que não foi fácil realizar todo o trabalho este ano, já que ainda por conta da pandemia algumas pessoas optaram por não participar da celebração, mas que, mesmo com as dificuldades encontradas, o resultado foi positivo. “Muitas crianças e jovens vieram e isso faz com que a tradição se perpetue. Espero que elas continuem se dedicando a esse trabalho ao longo dos anos, que isso seja incentivado pelos professores e que a tradição permaneça nessa cidade histórica que é um patrimônio da humanidade”, declarou.
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Vânia Correia, responsável pela organização
Morando há um ano em São Cristóvão, a baiana de Bom Jesus da Lapa, Cristina Coelho participou pela primeira vez da confecção dos tapetes. Ela conta que sua cidade também possui tradição semelhante à Cidade Mãe de Sergipe, mas que nunca teve a oportunidade de participar. Por isso, quando soube do evento logo se mobilizou para fazer parte do trabalho. “Desenhar é uma coisa que eu e minha filha gostamos de fazer, por isso também a trouxe para participar dessa experiência. A temática cristã também é algo que me chama a atenção. O ensinamento de Jesus é o guia mais seguro que a gente tem para levar uma vida segura e feliz”, afirmou a servidora pública.
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Cristina Coelho participou pela primeira vez da confecção
Quem também vivenciou essa experiência foi a professora Alessandra Gardênia. Ela ressaltou que o que mais a encantou na produção dos tapetes foi a devoção da comunidade. “A fé motiva muito as pessoas, inclusive eu. É muito cansativo, mas quando vemos o resultado nos dá o sentimento de gratidão”. Já a secretária administrativa, Fabiana Espinheiro, conta que sempre busca participar da celebração e que para ela “é uma emoção sem explicação. Servir a Deus é uma graça, a fé nos motiva a viver tudo isso”.
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Secretária administrativa, Fabiana Espinheiro
Após a confecção dos tapetes, os fieis puderam ainda se reunir na missa e percorrer as ruas em uma procissão por onde os tapetes foram instalados.
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Fotos: Heitor Xavier
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