Projeto Sacuritá é apresentado a marisqueiras de São Cristóvão para impulsionar sustentabilidade e economia local

O auditório do Paço Municipal de São Cristóvão recebeu nesta sexta-feira (14), dezenas de marisqueiras e lideranças de povoados para a apresentação do Projeto Sacuritá. A iniciativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Prefeitura de São Cristóvão, por intermédio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Semdet), e Universidade Federal de Sergipe (UFS), visa fomentar a economia sustentável, valorizando o trabalho das marisqueiras e pescadores locais, além de explorar o potencial turístico e aquícola da região.
O projeto, nomeado Sacuritá, está incluído no Projeto Ostras Depuradas, desenvolvido pela Embrapa e que será iniciado em povoados de São Cristóvão. Essa proposta abrange os estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco, com um investimento de cerca de R$1 milhão, repassado pelo Governo Federal por meio do Ministério da Agricultura. A execução do projeto prevê atividades de cultivo, valorização de resíduos das conchas e fomento ao turismo comunitário. As ações serão iniciadas no primeiro semestre de 2025, após um mapeamento das áreas de manguezais da cidade.
O prefeito de São Cristóvão, Júlio Nascimento, reforçou a continuidade do apoio e da parceria já oferecidos às marisqueiras nos últimos anos, reconhecendo a importância dessas profissionais para a economia, a cultura e o turismo local. Em sua fala, o prefeito também agradeceu a parceria com a Embrapa, a UFS e a chegada da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) ao setor de aquicultura do município.
“É um campo que vem inovando cada dia mais, e essa inovação não se resume apenas à tecnologia, mas nas formas como nos relacionamos com setores essenciais, como o das marisqueiras. Por isso, estamos reestruturando a administração municipal e criando uma secretaria exclusiva para esse setor, pois entendemos que uma diretoria já não é suficiente para atender às suas demandas e ao seu crescimento”, acrescenta o prefeito.
O pesquisador da Embrapa, Jefferson Legat, destacou os impactos do projeto. “Esperamos aumentar a produtividade das ostras e maçurins, desenvolver produtos a partir de resíduos das conchas e fomentar o turismo de vivência. Isso vai contribuir positivamente na economia das comunidades e abrir caminhos para futuros projetos”.
A iniciativa conta com a parceria da UFS, e, segundo a Prof.ª Dr.ª Ana Rosa, do Departamento de Pesca e Aquicultura, o ponto-chave do projeto é que as marisqueiras realizem o trabalho dentro da legislação. “Elas vão seguir uma legislação de sanidade específica para o consumo humano. Portanto, quando se traz esse outro viés da comercialização, que é muito desafiador, ele proporciona maior segurança alimentar para quem consome o produto. Além disso, elas continuarão fazendo o que já fazem, mas dando um passo à frente e garantindo que seu produto seja seguro e saudável para o consumidor.”
Desenvolvimento e valorização
Segundo Kaique Rocha, assessor técnico da Semdet, o projeto é dividido em etapas, sendo que a primeira envolve a criação das sementes de ostras, a segunda acontece a valoração, a terceira a valorização dos subprodutos, utilizando cascas de ostras e maçunim para produzir vários produtos. Já a última etapa é a que envolve o turismo: “a quarta etapa cria uma rede sustentável de produção, envolvendo mulheres marisqueiras e promovendo o turismo de base comunitária. Visitantes poderão conhecer todo o processo, adquirir ostras in natura ou degustá-las em pratos que integram a gastronomia local, fortalecendo a cadeia produtiva dos bares e restaurantes”.
A diretora de Pesca e Aquicultura da Semdet, Elaine de Jesus, ressaltou que o projeto trará mais desenvolvimento para produção de aquicultura local, aumentando a produção, a qualidade dos produtos e a economia daqueles que fazem a pesca e para o município. “A pesca da ostra tem diminuído, mas com este projeto receberemos sementes de ostras, o que aumentará sua quantidade e contribuirá para a sustentabilidade da atividade. Além disso, haverá uma diferença na qualidade do marisco, daquele proveniente do manguezal e o que será cultivado de forma sustentável e econômica”.
Ângela dos Santos, marisqueira, celebrou a oportunidade e agradeceu todo apoio que a Prefeitura vem proporcionando à classe. “Esse apoio e olhar da Prefeitura para nós é muito importante, essencial de verdade. Estamos tendo cursos, vários projetos, agora está chegando esse novo projeto que vai fazer diferença para a nossa produtividade, e temos que aproveitar, para evoluir cada vez mais”.
Ana Paula dos Santos, marisqueira, também agradeceu a valorização que a gestão municipal. “Termos projetos como esse chegando para a gente é um privilégio, por muito tempo nossa profissão foi desvalorizada, e ainda falta muito caminho, mas os passos estão sendo feitos. Graças a Deus, hoje temos uma gestão que cuida da gente, que valoriza e reconhece nosso trabalho, e para além disso, nos promove apoio e parceria, colocando ao nosso alcance projetos como esse que incentiva e multiplica nossa produção e nossa renda”.
Fotos: Dani Santos
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