Prefeitura realiza atividade educativa em parceria com membros do Terreiro Alaroke, para abordar a cultura negra na EMEI Dulcilene Teixeira

A Prefeitura de São Cristóvão realizou uma atividade lúdica na quarta-feira (16), na Escola Municipal Dulcilene Teixeira Almeida, no bairro Tijuquinha, com o objetivo de promover a cultura negra na unidade escolar. A ação foi realizada em parceria com o Terreiro Alarokê, localizado na Rodovia João Bebe-Água.
A iniciativa faz parte do Projeto o ‘Terreiro Vai à Escola’, realizado pelo terreiro, com ações educativas que mesclam teatro, dança e música, de forma a difundir elementos culturais afro-brasileiros e que já realizou atividades em cerca de 10 escolas da Região Metropolitana de Aracaju.

O projeto na EMEI Dulcilene Teixeira foi realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022 – Lei Paulo Gustavo e aprovado no âmbito do Edital 004/2023 - para a Seleção de Projetos Artísticos e Culturais, lançado pela Fundação Municipal de Cultura e Turismo ‘João Bebe Água’ (Fumctur) de São Cristóvão.
Os artistas e educadores Michelle Pereira e Edwyn Gomes, responsáveis pela atividade, acreditam que oferecer este projeto no contexto escolar propicia cultura, conhecimento e interação, além de instigar a imaginação das crianças. Por meio da contação de história, a iniciativa leva os alunos da educação infantil a viajarem no tempo e os estimulam a criar uma convivência saudável com colegas de diferentes crenças, contribuindo nas relações étnico-raciais na sala de aula.

Os realizadores do projeto
Michelle destacou que a proposta foi realizar “uma oficina de dança, acompanhada de percussão, onde as crianças puderam participar ativamente, seja dançando, seja interagindo com os elementos da apresentação. Além de uma roda de conversa proporcionando uma troca de conhecimentos e ideias com os participantes”.

Michelle Pereira, membro do terreiro Alaroke
O espetáculo apresentando, chamado “Curitan”, teve o objetivo de alcançar tanto as crianças mais novas quanto as mais velhas, trazendo lições que podem educar e sensibilizar para questões éticas e sociais, como destaca Edwyn Gomes:
“A história apresentada sempre traz uma moral ou ensinamento, inspirada na sabedoria africana, com o objetivo de ensinar valores como o respeito à natureza, ao próximo e a importância de aproveitar as oportunidades que a vida oferece”, pontuou Gomes.

Edwyn Gomes, membro do terreiro Alaroke
A atividade realizada reforça o compromisso da gestão municipal com o ensino e discussão da cultura negra nas escolas e o respeito às Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino.
A coordenadora da escola, Luana Lima da Conceição, destacou que levar os membros do terreiro para a escola é de extrema relevância, principalmente por abordar questões sociais e de religiosidade que muitas vezes as crianças não têm acesso no seu cotidiano. Ela enfatizou a importância de trabalhar temas como igualdade racial, identidade e diversidade étnica desde a educação infantil. Segundo ela, muitas crianças não compreendem a riqueza de sua própria história, seja em relação à cor da pele, ao cabelo crespo ou cacheado, ou à herança africana de forma mais ampla.
“Essa atividade é fundamental para desconstruir estereótipos. A consciência racial não deve ser limitada ao Dia da Consciência Negra, mas sim trabalhada o ano inteiro. O contato com a cultura afro-brasileira oferece um entendimento mais profundo e uma conexão significativa com suas raízes e história”, celebrou a coordenadora.

Luana Lima da Conceição, coordenadora da escola


Fotos: Heitor Xavier.