07/06/2024

Prefeitura promove parceria com projeto antirracista que fortalece a educação afro-brasileira em São Cristóvão

Na última quinta-feira (06), a Emef Dr. Martinho Bravo, no Grande Rosa Elze, foi palco do primeiro dia de uma sequência de oficinas que fazem parte do projeto ‘Ara Dudu - Formação de Formadores em Educação Afro-brasileira’, um projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo, cujo intuito é promover uma educação antirracista. São três dias de oficina, sendo as próximas nos dias 13 e 20 deste mês, e a culminância no mês de julho, com a entrega dos certificados. Uma iniciativa do Terreiro Oxogum Ladê, em parceria com a Prefeitura de São Cristóvão.

Para o coordenador pedagógico do projeto, Carlos Alberto Santos de Paulo, “esta é uma iniciativa importante para qualificar não apenas a formação de professores, mas também o ambiente escolar. Trata-se de uma exigência das novas formulações em ações afirmativas, e no combate ao racismo, sexismo, homofobia, e outras formas correlatas de discriminação. Portanto, este evento tem esse propósito. É o início de um processo que considero necessário para mudarmos o paradigma da educação brasileira, começando aqui por São Cristóvão", explicou. 

Carlos Alberto Santos de Paulo, coordenador pedagógico do projeto

Quem está participando das oficinas é Luana Lima da Conceição, coordenadora pedagógica da Emei Prof. Dulcilene Teixeira. “Esse momento é muito importante porque traz a questão da representatividade para o nosso município. É na base que devemos trabalhar a autoestima e a identidade, que envolvem a cor da pele e o cabelo crespo ou cacheado. Essa abordagem é fundamental porque oferece representatividade para as crianças. Elas podem encontrar e afirmar sua identidade, já que muitas ainda não conseguem se reconhecer como pessoas negras, se identificar e, sobretudo, se amar”, disse.

Luana Lima da Conceição, coordenadora pedagógica da Emei Prof. Dulcilene Teixeira

Emilly Christiny, estudante e integrante da comunidade religiosa Ilê Axé Opô Ogum Ladê, explicou que o projeto foi pensado e está sendo executado pela comunidade religiosa com o objetivo de abordar questões relevantes na sociedade. “Nosso propósito é disseminar essa temática para todos os públicos, especialmente na área da educação, que é a ferramenta primordial para transformar a realidade. Se conseguirmos implementar e promover intervenções desde a base, acredito que podemos formar pensadores mais críticos, alunos e cidadãos preparados para combater o racismo e identificar quando estão sendo vítimas dele”, afirmou.

Emilly Christiny, estudante

Andreza Vieira, pedagoga na Emei Tia Marinete, destaca a importância significativa do projeto para a sala de aula, para a escola e para a sociedade em geral. “Estou muito feliz por poder participar, pois este é um projeto muito importante, que visa promover a cultura negra, seus costumes e o respeito que devemos cultivar em sala de aula. Este momento representa uma oportunidade de adquirir conhecimento, ampliando minha compreensão como educadora e multiplicando esse saber para as nossas crianças na escola", enfatizou. 

Andreza Vieira, pedagoga na Emei Tia Marinete

Elis Correia, representante do Ponto de Cultura Axé Ô, enfatizou a relevância do apoio público para o projeto. “Este é o Ponto de Cultura de São Cristóvão desde 2011, e somente nesta gestão temos conseguido estabelecer parcerias diretamente com a prefeitura. Por mais que já tenhamos realizado ações locais, somente agora estamos expandindo, graças ao poder público. É fundamental que a prefeitura apoie o terreiro e os pontos de cultura para promover a produção cultural no município. A iniciativa antirracista destaca a importância de capacitar formadores de opinião Formando formadores  e com o apoio da gestão, podemos avançar mais facilmente e de forma abrangente”, concluiu.

Elis Correia, representante do Ponto de Cultura Axé Ô

Fotos: Dani Santos

Publicado por Yago de Andrade Santos
Fotos por Dani Santos
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