No Dia Internacional da Mulher, São Cristóvão celebra profissionais brilhantes que executam um trabalho essencial para o município

Na Cidade Mãe de Sergipe, as mulheres desempenham um papel essencial na construção de uma sociedade mais justa e acolhedora. Seja na gestão pública, nas comunidades ou nos mais diversos setores de trabalho, elas lideram iniciativas que garantem saúde, bem-estar, segurança e desenvolvimento para a população. Seu protagonismo vai além das funções que exercem, refletindo dedicação e compromisso com o crescimento do município. Para celebrar sua importância, neste dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura de São Cristóvão presta homenagem às profissionais que fazem do município uma referência dentro e fora do estado.
O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos anos 1970 e até hoje representa mundialmente a luta histórica das mulheres por igualdade. Inicialmente focada na equiparação salarial, a data simboliza a resistência contra o machismo, a desigualdade e a violência de gênero. Em São Cristóvão, a gestão municipal conta com um elevado número de mulheres em sua equipe técnica e administrativa, promovendo equidade e diversidade em seus espaços de atuação.
Segurança pública por e para mulheres
Atualmente, a Delegacia de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV), localizada na 6ª Delegacia Metropolitana, no bairro Eduardo Gomes, está sob o comando de Maria Socorro Carvalho Moura Sá, que exerce a carreira de delegada há mais de 30 anos. Ela foi uma das cinco mulheres da primeira turma de delegados de polícia de Sergipe, enfrentando muitos desafios em um ambiente predominantemente masculino. No entanto, depois de rigorosos treinamentos e passagens por diversas delegacias em diferentes áreas do estado, aprendeu que seu trabalho não exige rispidez ou grosseria, mas sim equilíbrio e honradez.
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Apesar de seu amor por áreas de pesquisa, como a Delegacia de Defraudações, Maria Socorro hoje atua combatendo a violência contra grupos vulneráveis de São Cristóvão, que incluem mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência (PcD), comunidade LGBTQIAPN+, e outros. Ao analisar diariamente casos desse tipo, a delegada reflete sobre o grande aprendizado que adquiriu ao longo dos anos, percebendo que tanto as vítimas que passam por ela quanto as pessoas que cometem as agressões necessitam da atenção do Estado e de políticas públicas que superam a cobrança por punição.
“A violência doméstica é especialmente complexa porque ocorre dentro do ambiente que deveria ser seguro: o lar. Por isso, acredito na importância dos grupos reflexivos para agressores e na necessidade de educar desde cedo, ainda nas escolas. A Lei Maria da Penha e a igualdade de direitos entre homens e mulheres deveriam ser temas abordados na educação básica. O casamento e as relações precisam ser baseados no respeito e na parceria, e isso deve ser ensinado desde cedo para que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária”, defende.
Maria Socorro se dedica, portanto, ao acolhimento e à escuta sensível das mulheres sancristovenses que buscam ajuda na DAGV, reconhecendo que muitas chegam à delegacia emocionalmente esgotadas, apenas querendo ser ouvidas e encontrar uma solução para sua situação. Ao compreender a complexidade desses casos, ela e sua equipe atuam como um primeiro filtro antes do Poder Judiciário, oferecendo orientações e encaminhamentos dentro da lei, sempre com o compromisso de proteger e apoiar as vítimas.
“Percebo avanços significativos na evolução da luta contra a violência doméstica. As mulheres hoje se sentem mais seguras para denunciar. Elas sabem que, ao procurarem ajuda, serão acolhidas e orientadas. A criação da Secretaria da Mulher e a implementação de núcleos especializados dentro das delegacias fortaleceram esse trabalho. Aqui, por exemplo, temos um núcleo com assistente social, psicóloga e advogada, que oferecem suporte contínuo às vítimas”, explica, pontuando que iniciativas como a Casa da Mulher e o aluguel social asseguram que as vítimas possam se proteger, podendo sair da situação de violência se sentindo protegidas e sem enfrentar o desamparo.
Além de acolher e orientar vítimas, a delegada desempenha um importante papel no fortalecimento de outras mulheres, incentivando a independência e a denúncia da violência. No próprio meio profissional, abre caminhos para que mais mulheres ocupem espaços na segurança pública, promovendo um ambiente mais inclusivo e comprometido com a proteção feminina.
Justiça no feminino
A trajetória profissional da juíza Adelaide Moura foi movida pelo sonho com a carreira na magistratura. Criada em um ambiente onde a educação era prioridade, sua família sempre reforçou que a maior herança que poderia passar adiante era o conhecimento. Esse sonho se tornou realidade cedo e, antes dos 30 anos, ingressou na magistratura, encontrando sua vocação. Com mais de 20 anos de carreira, hoje trabalha junto à 2ª Vara Cível da Comarca de São Cristóvão.

“Desde cedo, eu e minhas irmãs fomos incentivadas a estudar e a nos preparar para o futuro. Assim que entrei na universidade, comecei a estagiar e a trabalhar, o que tornou todo o processo muito natural para mim”, afirma a juíza, como um exemplo vivo que a dedicação aos estudos levam a caminhos de realização de sonhos.
À frente da Vara de Família e Infância, Adelaide lida diariamente com casos que envolvem menores em situação de risco e famílias em vulnerabilidade. Ao longo dos anos, testemunhou avanços significativos na consciência e no empoderamento feminino, mas reconhece que ainda há muito a ser feito. Para ela, a educação continua sendo a maior ferramenta de transformação social.
“A grande mola propulsora, a grande carta de alforria, é a educação. Então, meu apelo e encorajamento é que todas as mães – e aqui incluo qualquer pessoa que exerça esse papel da maternidade – incentivem suas meninas a estudar, a trabalhar e a conquistar sua independência, sabendo conviver com respeito”, aconselha a magistrada. Sua história reforça a luta feminina por direitos, impulsionando-a como um exemplo de dedicação à justiça e ao fortalecimento das mulheres na sociedade.
Mulheres que fazem a gestão pública
Mulher, mãe e política, a vice-prefeita de São Cristóvão, Gedalva Umbaubá, construiu seu caminho com determinação e amor pelo que faz. Eleita vereadora em 2012 e hoje atuando no Poder Executivo, para ela, estar na política é mais do que um desafio, é uma missão que todas as mulheres deveriam experimentar. “Estar na política, para mim, é um desafio que vale a pena, um processo de desempenho, autoestima e superação”, enfatiza.

Gedalva acredita que a presença feminina na política e em outras profissões é essencial para transformar a sociedade, trazendo mais sensibilidade, acolhimento e determinação. No entanto, reconhece que ainda enfrenta barreiras em um espaço historicamente dominado por homens. “Culturalmente, eles não estão preparados para ver as mulheres ocupando cargos que acham que pertencem a eles. Mas, com sabedoria, carinho, respeito e determinação, a gente rompe essas barreiras”, reforça a gestora.
O trabalho contínuo da vice-prefeita na luta por acessos e direitos da população de São Cristóvão fortalece a importância de abrir caminhos para que outras mulheres também ocupem seus lugares na gestão pública e na construção de um futuro mais igualitário.
Na luta pela saúde da população
Para Fernanda Santana, secretária municipal de Saúde de São Cristóvão, ocupar espaços de liderança sempre foi algo natural. Desde a infância, cresceu em um ambiente de participação política e social, o que moldou sua postura firme e combativa. “Sempre tive uma característica muito minha de protagonizar, de assumir frentes, de defender o coleguinha e, principalmente, de não silenciar”, relata a secretária. Essa disposição para se posicionar a levou a uma trajetória na gestão pública, onde atua com o compromisso de garantir políticas de saúde eficientes e acessíveis à população.

Como secretária de Saúde, Fernanda vê de perto os desafios e avanços da presença feminina na gestão pública. Segundo ela, a atual administração tem promovido mudanças significativas ao inserir mulheres como protagonistas na condução das políticas municipais. No entanto, a luta por reconhecimento ainda é constante, principalmente em espaços historicamente dominados por homens.
“Os espaços de gestão pública ainda estão muito impregnados pela figura masculina. Um exemplo claro disso é quando vou à Câmara Municipal apresentar o relatório quadrimestral de gestão. Percebemos que, na maioria das vezes, os vereadores nem leem o documento e não prestam atenção no que estamos apresentando. Mas, quando entendem que a pessoa à frente não vai se submeter a essa forma de relacionamento, a postura muda”, relata a secretária.
A conquista de espaços pelas mulheres, segundo Fernanda, não é um processo concluído, mas uma construção diária. Mesmo com avanços, a sociedade ainda precisa reafirmar constantemente o direito das mulheres de ocupar cargos de liderança e decisão. “São espaços que precisam ser reafirmados o tempo todo. Não é algo gratuito ou garantido, ainda vivemos em uma sociedade extremamente machista”.
Para ela, a mudança passa também pela educação das novas gerações, ensinando às crianças, desde cedo, que a presença feminina nos mais diversos setores deve ser encarada como natural. Sua dedicação é exemplo de resistência, representatividade e construção de um futuro onde as mulheres não precisem mais justificar a ocupação dos lugares que lhes pertencem por direito.
Foto de capa: Heitor Xavier
Fotos: Clara Dias
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