Documentário “Inclusive” é exibido na Biblioteca Municipal Professor Luiz Alberto
Na noite da última terça-feira (14), foi realizada a exibição do documentário “Inclusive” na Biblioteca Municipal Prof. Luiz Alberto, no bairro Rosa Elze. O projeto foi finalizado com o apoio da Prefeitura de São Cristóvão, por intermédio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fumctur), e teve a proposta de promover uma reflexão sobre a inclusão de pessoas com deficiência e autismo na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e nos mais diferentes espaços sociais. Além da exibição, o momento foi composto com um importante debate acerca da temática.
O filme foi contemplado com a Lei Paulo Gustavo do Ministério da Cultura e sua exibição contou com uma roda de conversa com a presença do diretor André Louis, formado em Cinema e Audiovisual na UFS, da professora Erna Barros, do Departamento de Comunicação Social da UFS (DCOS), entre outros convidados. O projeto aborda as iniciativas da UFS para tornar o campus um local mais acessível e, para isso, o filme apresenta a história de três estudantes que narram suas trajetórias de vida e a experiência de serem pessoas com deficiência na sociedade, bem como os obstáculos enfrentados dentro da universidade.
André Louis defende a importância de abordar a inclusão de pessoas com deficiência nas universidades como uma forma de assegurar que todos tenham acesso igualitário à educação e às oportunidades que ela proporciona. Para ele, é uma forma de não apenas reforçar o compromisso com a igualdade e a diversidade, mas também preparar uma sociedade mais inclusiva e apta a valorizar as contribuições de todos os seus membros.
“A proposta dessa exibição e desse espaço é causar reflexão acerca da temática nas pessoas, e eu acho que depois dessa exibição, o debate que teve aqui, sinto que o dever foi cumprido. Tivemos muitas falas, as pessoas abordaram suas percepções sobre o que elas assistiram, sobre suas experiências, então o objetivo foi alcançado. Fizemos essas pessoas aqui presentes refletirem sobre o tema e, mais, debaterem”, afirma o diretor do filme.
Para Erna Barros, professora do DCOS/UFS, o filme possui uma discussão necessária que precisa ser ampliada. “É sempre importante promover reflexões que transponham os muros da Universidade, ouvindo a comunidade, principalmente aquela residente no entorno do campus, para que temas como esse possam ter a contribuição de diferentes vozes da sociedade”, afirma ela.
Participantes e público
A exibição do documentário atraiu uma audiência diversificada, composta por estudantes, professores, ativistas e membros da comunidade local. Após a sessão, foi feito um debate enriquecedor com compartilhamento de experiências e percepções.
Kysia Evelyn, estudante do curso de Publicidade e Propaganda da UFS, possui uma vivência desde a sua infância com a sua avó que é PCD, e acredita que é fundamental discutir a participação de órgãos públicos em prol dessa população. “É importante abordar esse assunto, especialmente porque esperamos que os órgãos governamentais tomem a iniciativa. Não devemos esperar apenas das pessoas, mas também dos órgãos públicos, principalmente no que diz respeito às questões financeiras e estruturais. É essencial oferecer recursos mais eficientes para esse público”, afirmou.
José Firmo, integrante do Fórum de Defesa da Grande Aracaju, acredita ainda ser um tema tabu e invisível para sociedade, e essa iniciativa é um passo significativo para que essa realidade seja mudada. “Esse tema é muito importante porque trata de um assunto que ainda é tabu e invisível na comunidade e na sociedade em geral. Tanto no filme quanto no debate, ficou evidente que a sociedade não enxerga as pessoas com deficiência, nem acredita que essas pessoas devem ter seus espaços e garantias legais. A reflexão trazida para este grupo aqui presente pode ser multiplicada e levada para as cidades e comunidades, ampliando a conscientização e a inclusão”, disse.
Ewertton Nunes, doutor em Educação, parabeniza a iniciativa do filme e do espaço para debater o assunto. “Eu acredito que a educação e a arte, como o cinema, agregam uma reflexão importante sobre a inclusão de pessoas com deficiência nos espaços de ensino. No caso da universidade pública, precisamos problematizar essa questão porque queremos ver mais pessoas com deficiências, sejam físicas ou intelectuais, nesses espaços. Queremos que futuros profissionais ocupem essas áreas de saber e ressignifiquem esses espaços a partir de suas experiências. Assim, faremos com que a sociedade entenda a nossa diversidade, olhe sempre com equidade e avance nas políticas públicas para as pessoas com deficiência”, concluiu.
Fotos: Junior Santos
Recentes
Notícias recentes de Cultura