Casa de Costura Dona Zil conclui mais um curso de corte e costura fortalecendo a formação profissional em São Cristóvão

A Casa de Costura Dona Zil, vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social de São Cristóvão (Semas), continua a se destacar como um espaço multi-educativo voltado para a capacitação profissional. Nesta terça-feira (03), o espaço finalizou mais uma turma de curso de corte e costura, dessa vez de nível básico, qualificando 15 participantes com 168 horas de aula.

O curso é mais uma parceria com o Senac - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, ministrado pela professora Maria Gorete Rodrigues, que ensinou técnicas de modelagem, corte, medição, tipos de costura e acabamentos para que a turma pudesse concluir peças inteiras e apresentar um desfile no encerramento das aulas. Ao final, a ministrante recebeu uma homenagem de suas alunas, agradecendo a dedicação e engajamento de todos durante o processo.

“É com a prática que se aprende e eu espero que todos continuem a costurar e se aperfeiçoem cada vez mais para ingressar no mercado de trabalho. Esse é o maior agradecimento”, destacou a professora.

Verônica Nunes, diretora de programas especiais da Semas, reforçou que as participantes tiveram o primeiro contato com a máquina de costura, aprenderam sobre manutenção, confecção de moldes e produção de peças. Ao concluir a capacitação, as alunas estão preparadas para iniciar a confecção de suas primeiras peças para vendê-las e gerar renda própria. Além do aumento expressivo na procura por matrículas, esta edição da capacitação se destacou pela diversidade do público.
“Historicamente, as qualificações da Casa da Costura são mais procuradas por mulheres, mas, desta vez, tivemos a participação de pessoas LGBTQIAPN+ e de homens. Essa inclusão foi fundamental, pois muitos desses participantes enfrentam barreiras para acessar oportunidades, seja em outros cursos ou no mercado de trabalho. Com essa capacitação, novos caminhos se abrem para essas pessoas, oferecendo chances reais de inserção profissional e geração de renda”, ressaltou a diretora.

Uma dessas pessoas foi Samara dos Santos, que não sabia costurar antes, mas gostou muito do curso, pois tinha medo da máquina de costura e hoje já consegue utilizá-la para concluir suas peças. “Agora que aprendi a montar as peças de roupa, quero continuar aprendendo”, comemorou a aluna.
Outra participante que representou a diversidade sexual e religiosa na integração do curso foi Ana Alves, que enfatizou o acolhimento e a boa recepção da turma: “Em nenhum momento sentimos qualquer tipo de preconceito, muito pelo contrário, todos foram muito carinhosos e atenciosos. A professora foi maravilhosa, tenho muito a agradecer a ela. Nós já confeccionamos roupas para o nosso barracão do terreiro e agora pretendemos expandir, fazendo peças também para outras pessoas”, contou a nova costureira.

Com a conclusão do curso básico, as alunas poderão continuar a aprimorar suas habilidades em um curso de aperfeiçoamento já previsto, que abordará técnicas avançadas de acabamento e refinamento das peças. O objetivo é capacitar ainda mais essas costureiras para atender um público diversificado e expandir suas oportunidades de comercialização.

Além do ensino técnico de corte e costura, o espaço oferece cursos que integram diferentes aspectos do empreendedorismo, como precificação, uso de redes sociais e outras habilidades essenciais para transformar a costura em um negócio sustentável e lucrativo. A abordagem amplia as possibilidades de inserção no mercado de trabalho para os participantes, majoritariamente mulheres.

A aluna Sheila Andrade já está no caminho das especializações, concluindo seu segundo curso na casa. Ela acredita no espaço como um lugar que mantém a porta sempre aberta para quem quer aprender e ir mais longe. “Foi através da Casa da Costura que eu cheguei, por meio de um curso de crochê. A maioria aqui já sabe que eu saí de um quadro depressivo por conta dessas atividades. Hoje, faço minhas peças, já tenho produtos vendidos, faço parte da lojinha da Casa e fui privilegiada em conseguir fazer esse curso, comemorou a participante.

Para Sandra Santana, primeira dama de São Cristóvão e responsável pela Casa da Costura, é uma gratidão presenciar a dedicação da turma, acreditando que dar continuidade à aprendizagem é a chave para o pleno desenvolvimento das habilidades aprendidas.
“Eu desejo que essa dedicação de vocês ao aprendizado continue, especialmente para quem tem paixão por essa arte da costura. Tenho certeza de que quem realmente se dedicar vai longe. Não vai se acomodar, vai buscar mais, e tenho plena convicção de que será uma grande mestre da costura em Sergipe. Pelo que foi demonstrado aqui, vi jovens correndo atrás, determinadas, e isso é muito bonito, inspirador. É algo que mostra que o futuro pode ser vivido de forma mais promissora”, evidenciou.

Fotos: Dani Santos
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