Prefeitura realiza entrega de material paradidático com histórias sobre o Patrimônio Cultural de São Cristóvão à Rede Pública de Ensino

Na manhã dessa quarta-feira (11), a Prefeitura de São Cristóvão, através da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fumctur), entregou simbolicamente 2 mil exemplares de livros educativos sobre Educação Patrimonial para alunos da Rede Pública Municipal de Ensino da cidade. Intitulados "Detetives da Cultura" e "Dandara e o mistério da memória", escritos por Geane Aguiar e André Comanche, respectivamente, esses livros serão usados como material didático lúdico para ensinar sobre a preservação e conservação da cultura de São Cristóvão aos jovens do 6º ao 9º ano. O investimento nesta iniciativa, que alcançou R$253 mil, foi financiado com recursos próprios.

Por meio da Lei nº 072/2007, foi instituído em São Cristóvão o projeto de Educação Patrimonial, que foi implementado no Ensino Fundamental da Rede Pública de Ensino. A iniciativa teve como objetivo facilitar o aprofundamento do conhecimento sobre o Patrimônio Cultural e Natural da cidade, sendo um conteúdo incluído nas disciplinas de Geografia, História e Educação Artística.

Apesar do projeto ter sido desenvolvido a partir de uma perspectiva extremamente importante, os professores enfrentaram desafios iniciais devido à falta de referencial teórico. Segundo a secretária de Educação, Deise Barroso, assim que os referenciais teóricos foram elaborados, os professores puderam planejar melhor suas aulas. "Inicialmente, os professores tiveram que se reinventar para implementar o assunto na disciplina que ministrava, já que havia uma falta de referencial teórico. Foi necessária uma pesquisa para criar um plano de aula e definir assuntos e suas faixas etárias. Ao longo dos anos, essa deficiência foi abordada, e, em colaboração com a Fundação Municipal de Cultura e Turismo, começamos a analisar propostas que pudessem auxiliar a equipe pedagógica", explica Barroso.

A presidenta da Fumctur, Paola Santana, que se somou ao projeto explica que desde 2017, a partir do primeiro ano da gestão do então prefeito Marcos Santana, foram realizadas intervenções para reconstruir a defesa da cidade nos primeiros quatro anos. “Passamos a incentivar o comércio sobre Educação Patrimonial, conversando e orientando sobre esta pauta. Nesse período, também realizamos oficinas, palestras e tudo o que pudemos para que todos entendessem a importância de preservar o patrimônio da nossa cidade”.

Na segunda gestão, foi pensado em transformar os jovens estudantes de São Cristóvão em multiplicadores na defesa do patrimônio. Além das demandas curriculares das escolas, foi investido em material didático que pudesse ajudar os professores e que permitisse aos alunos compreender a importância do patrimônio de forma lúdica e interativa. "O objetivo é que os alunos se tornem multiplicadores no que diz respeito à defesa do patrimônio e entendam a importância da conservação, seja ela histórica, material ou imaterial. O patrimônio precisa ser preservado, pois a cidade é o reflexo de nossas experiências e do que testemunhamos", ressalta Paola.

Sobre os livros
Os autores dos livros são escritores sergipanos que se empenharam em transformar as histórias de São Cristóvão em materiais lúdicos e divertidos. Com personagens marcantes e ilustrações realistas sobre a cultura, patrimônio e população da Cidade Mãe de Sergipe, os livros "Detetives da Cultura", escrito por Geane Aguiar, e "Dandara e o Mistério da Memória", de autoria de André Comanche, carregam a responsabilidade, junto aos professores, de formar defensores patrimoniais.

Os dois livros paradidáticos são direcionados aos alunos do 6º ao 9º ano e são acompanhados por um Manual do Professor, que traz sugestões e conteúdos sobre São Cristóvão para auxiliar ainda mais na elaboração dos planos de aula. Os materiais passarão a fazer parte da rotina das salas de aula a partir de janeiro do próximo ano.
Geane Aguiar, define a publicação desses livros como um ato extremamente significativo. “É significativo tanto para os professores quanto para os alunos, porque eles irão aprender sobre patrimônio cultural, patrimônio material, imaterial, patrimônio afetivo de uma forma muito lúdica. Então essa foi a minha proposta, de tornar esse texto mais lúdico possível, mais divertido possível, para que essas crianças se atraiam por essa leitura e aprendam brincando”.

André Comanche, que passou parte de sua infância em São Cristóvão, ressaltou que o processo de escrita de "Dandara e o Mistério da Memória" foi mágico e especial. "Refletir sobre o tema São Cristóvão com o objetivo de trazer entretenimento para crianças e adolescentes, que ficam imbuídos pela simbologia da cidade, pela cultura e pela preservação do patrimônio, é algo fantástico para mim, não tenho palavras para expressar", disse Comanche.
Ele acrescentou que a presença das crianças na solenidade de entrega dos livros tornou o objetivo do projeto ainda mais significativo. "Ver a participação deles na vida cidadã da sua própria cidade demonstra que o projeto está tendo sucesso. Eles se sentem mais incluídos, e isso é fundamental para que eles internalizem esses valores culturais e se sintam orgulhosos de serem sancristovenses, de serem sergipanos e de carregar dentro de si, em sua mente e coração, uma cultura tão rica quanto a nossa", concluiu Comanche.

O historiador e diretor do Arquivo Público Municipal de São Cristóvão, Adailton Andrade, teve uma participação significativa no processo de escrita dos livros, fornecendo pesquisas sobre grandes figuras da cultura e da história da cidade aos autores e compartilhando seu conhecimento sobre os monumentos da cidade. "Fui convidado para colaborar com a parte da pesquisa, e os autores adaptaram todo o nosso material para a linguagem dos livros e para a faixa etária das crianças. Esse trabalho é muito importante porque fortalece o sentimento de pertencimento, algo que precisa ser constantemente renovado e alimentado", explicou Adailton.

O livro “Detetives da Cultura” teve ilustrações de Amma e Bruna Lubambo. Já o livro “Dandara e o mistério da memória” teve ilustrações de Danilo Braga. Ambos os livros tiveram produção por Quereres Edições.


Cidade Educadora
São Cristóvão é a Cidade Educadora de Sergipe e atualmente ocupa o 1º lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), sendo considerada a cidade com a melhor educação do estado. As iniciativas para que esse resultado continue crescendo não cessam, e a entrega desses livros paradidáticos reforça esse compromisso.
Os professores são os principais aliados nessa transformação. Cristiano Santos, professor de história da EMEF São Cristóvão ressalta a importância da educação patrimonial. “É uma disciplina muito importante, pois traz esse senso de identidade, de pertencimento e orgulho deles pela cidade. Acontece deles morarem aqui, mas não entendem o que a cidade traz de patrimônio, de cultura para vida deles, e esse material vai somar com os nossos esforços de passar esse entendimento para eles com excelência”.

Luísa da Silva, aluna do 9º ano na EMEF São Cristóvão, compartilha sua afinidade com a disciplina Educação Patrimonial e de como ela está transformado seu olhar perante a história da cidade onde mora. “É bacana a gente aprender como nossa cidade foi inventada e como ela cresceu na sociedade. Falar da cidade é falar de nós mesmos, que nascemos e crescemos aqui. Este material veio para complementar as aulas, um material muito bem feito, muito bonito, e vai contribuir com o nosso conhecimento, nos ajudar a entender melhor nossa história, cultura, nossos valores, e nos ensinar a valorizar, proteger e preservar tudo isso, mais do que já fazemos hoje”.

O prefeito da cidade, Marcos Santana, ao presenciar os depoimentos, afirmou que a entrega dos livros foi um dos momentos mais significativos de sua gestão. Expressando satisfação com o resultado do projeto, o prefeito pediu aos professores que mantenham o projeto em continuidade, tornando-o um legado contínuo. “É fundamental que os jovens se reconheçam como sancristovenses e se familiarizem com a preservação do patrimônio. Essa preservação conta a história dos nossos antepassados, representa o presente e será herdada por gerações futuras. Esta iniciativa é uma das ações que mais me deixou feliz, pois estamos proporcionando que os jovens se apropriem deste conhecimento e se tornem multiplicadores da conservação e da preservação do patrimônio cultural de nossa cidade. Através disso, eles se sentirão parte integrante e defensores do que é nosso”.


Fotos: Heitor Xavier
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