A Cidade Mãe de Sergipe deu mais um passo importante na preservação e valorização do seu patrimônio histórico-cultural. Na manhã da última segunda-feira (05), foi realizada a apresentação do Plano Museológico do futuro Centro de Interpretação Turística da Praça São Francisco, no Centro Histórico de São Cristóvão. A reunião contou com a participação de representantes da gestão municipal e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O projeto, feito por meio da Organização das Codades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), foi apresentado pelo arquiteto Ézio Déda, que destacou a importância do espaço para a promoção da história local. “É um projeto que já está sendo maturado há quase dois anos. Hoje mostramos como vai funcionar o plano museológico, quais serão os eixos temáticos que vão apresentar a Praça São Francisco em suas diversas categorizações. Também explicamos de que forma o acervo será disposto nos espaços do memorial, que está passando por restauração”, explicou.

A proposta do Centro de Interpretação em Sítios Culturais Patrimoniais é fruto de um planejamento iniciado ainda em 2017, na gestão do então prefeito Marcos Santana, e que continua sendo consolidado na administração do prefeito Júlio Nascimento. O espaço será localizado no antigo prédio da Prefeitura, na Praça Getúlio Vargas (Matriz) e terá um caráter interativo e educativo, com o objetivo de contar, de forma acessível e envolvente, a história, as tradições e os legados culturais da cidade.

Para Paola Santana, presidenta da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Fumctur), o centro será um equipamento importante de visitação e aprendizado. “Ele vai se transformar em mais um atrativo turístico, contando a história da Praça São Francisco desde sua criação. Queremos que as pessoas compreendam por que a praça é tombada, qual a sua relevância, e que se sintam parte desse universo de preservação e ocupação consciente do espaço público”, afirmou.

Reconhecida pela Unesco como Sítio do Patrimônio Mundial, São Cristóvão faz parte da OCBPM, que reúne dezesseis cidades brasileiras com esse título. A parceria com a organização reforça o compromisso da cidade em preservar sua memória e difundir seu valor histórico.

O historiador e diretor do Arquivo Público Municipal de São Cristóvão, Adailton Andrade, ressaltou a importância do centro como espaço de pesquisa e esclarecimento histórico, que trará a oportunidade de mostrar com documentos a evolução da Cidade Mãe, comprovadamente a quarta cidade mais antiga do Brasil. 

“Vamos poder abordar temas que são pouco trabalhados no turismo, como os nove anos de domínio holandês, a presença do imperador e outros eventos fundamentais para a identidade local. Sempre se fala da importância de São Cristóvão, mas o turista ou pesquisador não tem onde encontrar esse material disponibilizado. Agora vamos ter esse acervo disponível, estruturado e aberto à consulta”, reforçou o historiador.

Fotos: Dani Santos