08/10/2024

Prefeitura de São Cristóvão inicia implantação do camarão na alimentação escolar

A Prefeitura de São Cristóvão, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) iniciou no dia 06 de agosto a implantação do camarão na alimentação escolar da cidade, em duas unidades escolares: Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Gina Franco e EMEF São Cristóvão. O planejamento da pasta é de que a proteína seja inserida gradualmente nas demais escolas da  Rede Municipal. 

 A secretária de educação, Deise Barroso, destacou que o objetivo foi  inserir camarão na alimentação escolar para dar a oportunidade para as crianças, algumas  em situação de vulnerabilidade social, que normalmente não teriam acesso a esse tipo de proteína: “Camarão é uma proteína nobre, geralmente consumida por pessoas de um nível socioeconômico mais alto. Queremos proporcionar a essas crianças a chance de se alimentarem com algo de alta qualidade, como outras proteínas que já fazem parte do cardápio escolar, como ovos, frango e carne”. 

Secretária de educação, Deise Barroso

 O camarão é um alimento nobre, com boas propriedades nutricionais, mas que pode causar alergia em algumas pessoas. Por isso, o processo de implantação foi cuidadoso, para garantir a segurança de todos. 

O primeiro passo foi a realização de um teste piloto, aplicando questionários às mães para que autorizassem a participação das crianças. Já os alunos que não foram autorizados a consumir a proteína devido a fatores como alergias, questões religiosas, ou simplesmente porque não gostam de camarão,  receberam um crachá para identificação. Além disso, o processo foi iniciado com os alunos mais velhos. 

Para garantir a segurança dos alunos, a Semed realizou um trabalho cuidadoso, dividido em várias etapas e  conduzido pela equipe de nutrição da pasta. A partir da revisão de artigos científicos para pesquisar os nichos potenciais e os desafios relacionados à introdução desse tipo de alimento,  foi elaborado um protocolo de segurança.

A nutricionista Andrea Magalhães,  responsável técnica pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) na Semed ressalta que outra preocupação foi com a capacitação dos manipuladores de alimentos. Por isso, foi realizada uma oficina culinária no Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde foram abordadas receitas, posturas adequadas no manuseio do camarão e outros alimentos, bem como os cuidados de higiene e limpeza necessários para garantir uma preparação segura. Um trabalho cauteloso que tratou de todas as etapas de produção e distribuição do alimento: 

“Estamos acompanhando todo o processo, desde o recebimento do camarão até a chegada na escola, o armazenamento e a preparação final do alimento. Implantamos uma declaração de consentimento livre e esclarecido para que apenas os alunos devidamente autorizados pelos pais possam consumir o camarão na escola. Além disso, utilizamos um questionário para investigar se a criança apresentou alguma reação alérgica ou intolerância alimentar durante o consumo do camarão”, pontuou. 

Andrea Magalhães, nutricionista (ao centro), e equipe da Semed

Para os alunos que não podem ou não querem consumir camarão, seja por motivos alérgicos, religiosos ou pessoais, uma segunda opção de proteína foi oferecida. Enquanto alguns alunos comeram bobó de camarão, outros receberam risoto de frango e carne moída. No momento da distribuição os alunos foram divididos. Aqueles que usavam crachá que identificava que não poderiam consumir o camarão, receberam  a alimentação escolar de forma separada dos alunos que comeram o crustáceo, para evitar uma contaminação. 

A nutricionista também chamou  a atenção para o esforço necessário para a implantação do camarão e atribuiu a disposição da secretaria ao compromisso do prefeito Marcos Santana de qualificar a alimentação escolar, oferecendo alimentos que reúnam benefícios nutricionais e agradem ao paladar dos alunos, garantindo dignidade para todos os estudantes. Vale destacar que o crustáceo é rico em ômega três e em vitaminas, especialmente do complexo B, D e E. 

Após a alimentação escolar, os alunos que receberam o camarão preencheram um questionário de aceitabilidade, no qual avaliaram a qualidade do alimento e apontaram possíveis reações alérgicas. O questionário constatou o sucesso da implantação do crustáceo, que agradou os estudantes e não causou alergia. 

O diretor da EMEF São Cristóvão, Arilucio Espinheiro, celebrou a implantação do camarão e o sucesso da operação realizada para garantir a segurança: “Tudo o que acontece pela primeira vez tem seu caráter de novidade e surpresa, por isso requer adaptação, mas  precisamos abrir as portas da escola para que esse novo alimento chegue e seja apresentado aos alunos”, destacou o diretor. 

Diretor da EMEF São Cristóvão Arilucio Espinheiro

Entre os alunos que provaram o bobó de camarão a aprovação foi grande: “Estava muito boa a comida. Amei tanto o bobó que até repeti”, pontuou Maysa da Conceição.  Já Bruna Ketelyn reforçou a qualidade da alimentação: “Eu nunca tinha comido camarão na escola. É algo que eu gosto muito, por isso a merenda foi ótima”, concluiu.

Maysa da Conceição e Bruna Ketelyn, estudantes

Fotos: Clara Dias

Publicado por Yago de Andrade Santos
Fotos por Clara Dias
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